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Alckmin será vice de Lula, mas não fechou com PSB. PT, PV e PCdoB farão Federação sem partido de Siqueira

Blefe do presidente do Partido Socialista Brasileiro ficou exposto em reunião em Brasília: PSB apoiará Federação, mas não a integrará e até 14 deputados podem deixar sigla

(Foto: Stuckert)

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Por Luís Costa Pinto, do 247 – Quando sentaram à mesa de negociações na tarde desta 4ª feira, em Brasília, os presidentes e outras lideranças do PT, do PV e do PCdoB esperavam ouvir do presidente do PSB, Carlos Siqueira, a confirmação de que o ex-governador paulista Geraldo Alckmin ia mesmo se filiar à sigla socialista. Alguns colunistas de veículos da mídia tradicional asseguravam que a filiação de Alckmin, que será o candidato a vice-presidente na chapa com o ex-presidente Lula (PT), tinha até data marcada para ocorrer. “Não é exatamente assim”, balbuciou o presidente do PSB. Ele não tinha a carta “Alckmin” nas mãos e sabia que o ex-governador telefonou para os presidentes dos três partidos na última segunda-feira reclamando da versão vazada por Siqueira. “Ainda estamos conversando”, deixou claro José Luiz Penna, presidente do PV.

Outro tema desconfortável à mesa foi o tom das declarações da deputada Tábata Amaral e do namorado dela, o prefeito do Recife, João Campos, ambos do PSB. Em entrevista, Tábata pôs a formação da Federação em dúvida e disse que os socialistas precisavam “estressar” Lula na formatação de seu programa de governo. Campos confirmou o tom da deputada. O PSB pernambucano recebeu de presente do PT o caminho livre para indicar o nome do deputado federal Danilo Cabral ao governo do estado, mesmo ele estando no momento entre o 3º e o 4º lugares nas intenções de voto em pesquisas locais. A arrogância do casal Campos-Amaral foi registrada no encontro pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann. 

O trio da Federação saiu satisfeito. Siqueira ficou isolado e terá de se explicar à bancada do PSB

Coube ao PCdoB sacramentar o fato: haveria Federação, mesmo sem o PSB. PT, PV e PCdoB se unirão nos termos definidos pela nova lei, permanecerão juntos por quatro anos, terão uma bancada de deputados federais que respeitarão os princípios do voto em lista e da fidelidade partidária na atuação parlamentar e definirão em comum os palanques das eleições municipais de 2024. Era esse aspecto que criava tensão entre Tábata, que quer ser candidata à Prefeitura de São Paulo dentro de dois anos, e Campos, que disputará a reeleição no Recife. 

Os petistas reafirmaram o apoio a Danilo Cabral em Pernambuco, não fizeram da retirada da candidatura de Márcio França, em São Paulo, um cavalo de batalha (já há, entre os estrategistas do PT, quem enxergue a dinâmica do voto paulista como França: a manutenção da candidatura socialista segura o crescimento dos candidatos de direita e extrema-direita, Rodrigo Garcia, do PSDB e Tarcísio Freitas, do PL, beneficiando Fernando Haddad). A Federação que estava se formando apoiará Marcelo Freixo, no Rio, e dificilmente estará nos palanques dos governadores socialistas do Espírito Santo e da Paraíba. Mas, seguirá com o apoio a Carlos Brandão, no Maranhão, vice de Flávio Dino que renunciará dia 31 para disputar o Senado. No Rio Grande do Sul, a tendência é a constituição de uma chapa unindo Edegar Pretto, do PT, com Beto Albuquerque, do PSB, e Manuela D´Ávila, do PCdoB.

“Nós, que estaremos na Federação, estamos seguros do caminho consensuado. Acho que o PSB vai pagar um alto preço por não ter seguido conosco”, disse uma fonte de alto calibre político, integrante de um dos três partidos sentados à mesa, e que esteve presente a todas as negociações para formação da Federação. “Siqueira estava blefando, não tinha cartas na mesa, o jogo virou em São Paulo porque o PT passou a aceitar a candidatura do França, uma vez que ela se revelou estratégica. Agora, vamos ver a reação da bancada de deputados do PSB”, concluiu o interlocutor, sorrindo.

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