Além da Caixa, aliados de Lira já ocupam Incra, Codevasf, CBTU e Dnocs

247 - A crescente pressão exercida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sobre o governo federal se reflete em uma lista em expansão de indicados em cargos federais de destaque. A mais recente nomeação de Carlos Antônio Vieira Fernandes, apoiado por Lira, para a presidência da Caixa Econômica Federal, ampliou a presença dos aliados do deputado em órgãos-chave do governo.

Além do comando da Caixa, aliados de Lira agora ocupam posições estratégicas em instituições cruciais como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o Departamento Estadual de Obras Contra as Secas (Dnocs) e até mesmo o Porto de Maceió, destaca o jornal O Globo.

No estado de Alagoas, reduto eleitoral de Lira, seus apoiadores assumem funções de liderança em autarquias locais. No Incra, por exemplo, Wilson César de Lira Santos, primo do presidente da Câmara, permanece como superintendente regional, apesar das críticas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). César de Lira foi nomeado em março de 2017 e resistiu às mudanças políticas, mantendo-se no cargo durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Outros aliados de Lira, como Arlindo Garrote, coordenador do Departamento Estadual de Obras Contra as Secas (Dnocs) em Alagoas, e Diogo Holanda Pinheiro, responsável pelo Porto de Maceió, também mantiveram suas posições, mesmo enfrentando descontentamento de algumas facções políticas.

Na Codevasf e na CBTU em Alagoas, nomes diretamente ligados a Lira estão estrategicamente posicionados. João José Pereira Filho, conhecido como Joãozinho e primo de Lira, é superintendente da Codevasf desde o início de 2021, enquanto na CBTU, Carlos Jorge Cavalcante, irmão de um aliado de longa data de Lira, ocupa o cargo de superintendente regional desde 2018. Além disso, na superintendência da CBTU em Alagoas, outros três cargos são ocupados por ex-assessores de Lira ou seus familiares, consolidando ainda mais a influência do presidente da Câmara na estrutura federal.