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    Altamiro Borges: Lula na China mostra que Brasil voltou ao mundo como protagonista, após destruição de Bolsonaro

    O jornalista Altamiro Borges destacou ainda a destruição promovida por Jair Bolsonaro na política externa brasileira e o “complexo de vira-lata” da mídia nacional

    (Foto: Agencia Câmara | Ricardo Stuckert/PR)
    Juca Simonard avatar
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    247 — O jornalista Altamiro Borges realizou um balanço dos primeiros 100 dias do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista à TV 247. Segundo ele, o mais importante foi ter derrotado o fascismo de Jair Bolsonaro (PL). “Acho que o balanço desses 100 dias é que nós derrotamos fascismo graças à figura carismática, agregadora do presidente Lula. Graças a capacidade de somar gente e construir uma frente bastante ampla para enfrentar o fascismo, nós derrotamos o fascismo. Só isso já seria suficiente para a gente comemorar”

    No entanto, Altamiro apontou que o início do governo “tem outros saldos muito positivos na política externa; o Brasil voltou ao mundo; essa viagem para China mostra que o Brasil voltou ao mundo como protagonista depois de ter sido rebaixado a situação de um país pária. Onde Bolsonaro ia, ninguém nem queria tocar na mão dele”.

    Destruição bolsonarista

    Segundo Altamiro, Bolsonaro destruiu a política externa brasileira. “Bolsonaro é um farsante. Ele vai ficar conhecido na história como o homem das fake news. Infelizmente, tem uma parcela da sociedade imbecilizada. Uma parcela da sociedade que por questão de segurança e religião acaba indo nessa conversa, de um farsante”.

    “Ele é um mentiroso contumaz. A coisa que Bolsonaro mais sabe fazer é mentir na vida; falar que a política externa dele foi um sucesso… ele destruiu a política externa brasileira […] Transformou o Brasil em uma filial dos Estados Unidos, nada tinha de nacional, de patriota… Bolsonaro é um entreguista, um homem do Império, que bate continência para a bandeira dos EUA”, afirmou.

    “Ele é um farsante. Realmente, com o mundo árabe ele teve boas relações, isso talvez explique as joias [que recebeu da monarquia da Arábia Saudita], porque essas joias não têm cara de presentinho, têm cara de propina. Não existe um presentinho de 16,5 milhões de reais, um presentinho de um reloginho com diamante de 350 mil reais”, argumentou.

    Mídia brasileira sempre rezou pela cartilha dos EUA

    O jornalista ainda disse que “a mídia brasileira tem um complexo de vira-lata. Sempre rezou pela cartilha dos Estados Unidos e sempre foi muito dependente dos Estados Unidos. Essa mídia brasileira monopolista se guarnece muito de informações vindas da mídia dos Estados Unidos e das agências internacionais. Então a mídia brasileira é meio uma sucursal rastaquera do Departamento de Estado dos EUA, que está muito preocupado com o avanço da China. O país passa a ser a principal potência econômica do mundo e está virando uma potência tecnológica impressionante”.

    Segundo o jornalista, a aproximação comercial do Brasil com a China “está dando medo nos Estados Unidos e é por isso que a mídia brasileira fica com esse ‘discursinho’ [contra o governo]”. De acordo com ele, se o Brasil aderir à Iniciativa Cinturão e Rota, da China (Nova Rota da Seda) “pode inclusive realizar um sonho antigo de setores industriais e agrícolas brasileiros que é criar uma rota para o Pacífico, o que facilitaria a exportação e importação de produtos para Ásia”. “É isso que está em jogo nessa viagem do Lula e é por isso que a mídia brasileira fica encontrando problemas na relação com a China”, apontou.

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