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    Analistas já enxergam o antibolsonarismo maior que o antipetismo em 2022

    Genocídio, denúncias de corrupção e estagnação econômica são alguns fatores que devem deixar o antibolsonarismo maior que o antipetismo em 2022, além da capacidade do ex-presidente Lula em dialogar com o centro, avaliam cientistas políticos

    (Foto: Giorgia Prates/Mídia NINJA | Ricardo Stuckert)

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    247 - Analistas políticos avaliam que o antipetismo, sentimento decisivo na última eleição presidencial, deve dar lugar ao antibolsonarismo em 2022. Cientista político da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rodrigo Prando destaca que “todos aqueles que se colocam em uma condição de democratas e se afastam de qualquer discurso que busque solapar a democracia formaram um percentual enorme que não vota de jeito nenhum no presidente”. As entrevistas foram publicadas pela Carta Capital.

    “A questão é que se o bolsonarismo tem, em média, cerca de 30% de uma base resiliente, podemos dizer que os outros 70% não estão com ele”, diz Prando. “O sentimento de desgaste do Bolsonaro e o alinhamento do antibolsonarismo são mais fortes [do que o antipetismo], porque hoje o Bolsonaro está no poder. Quem está no poder torna-se vidraça. O presidente deixa de ser o outsider e vai ter que se acertar com tudo que fez de certo e errado em sua gestão”, continua. 

    Segundo o analista, “em 2022, mantido o cenário atual, vence quem tiver menor rejeição”. “Creio que potencialmente o Lula tem mais condições de dialogar com o centro. O Bolsonaro, nesses anos de governo, continua falando só com os apoiadores”, afirma. “O Lula deve chegar mais fortalecido do que estava nos últimos anos e tem o Bolsonaro mais enfraquecido por conta da pandemia, por não ser mais uma novidade e pelas acusações de corrupção”, acrescenta.

    De acordo com o cientista político da Universidade de Brasília Gabriel Elias, “entre os eleitores do Bolsonaro, [o antipetismo] ainda é um assunto fundamental. [Nas eleições, os bolsonaristas] não vão defender o governo, vão defender a necessidade de derrotar o Lula e o PT”. “O Bolsonaro já disse: ‘se não votarem em mim tem aí o Lula’. Isso será o discurso principal dele”, afirma Elias.

    “O Bolsonaro não chegou no seu pior momento ainda. Nos próximos meses, ele vai enfrentar um teste de fogo: o auxílio deve acabar e a terceira onda deve chegar com mais força. Tudo isso pode coincidir com a entrega dos resultados da CPI. Se o Bolsonaro passar por esse teste de fogo e se sustentar, tem a chance dele se recuperar e o antibolsonarismo se tornar algo menor”, complementa.

    O analista da UnB diz, no entanto, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas, também pode sofrer reveses. “Se a situação se agravar nos próximos meses, há chances de impeachment. Caso aconteça, o que vamos ver é uma profusão de candidaturas e o segundo turno vai ficar muito incerto, sem saber quem vai enfrentar o Lula”, diz. “Se o Bolsonaro se enfraquecer a ponto de não chegar ao segundo turno ou sequer chegar às eleições, o resgate do antipetismo e antilulismo volta com muita força”, afirma. “Vale ressaltar que o antipetismo não acabou”, lembra Prando.

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