Bolsonaro atacou a China em reunião ministerial citada por Moro
Segundo a jornalista Thaís Oyama, Jair Bolsonaro falou sobre a China "em termos pouco elogiosos" logo na abertura do encontro. Enquanto isso, as exportações brasileiras para a China subiram 8,8% no primeiro trimestre
247 - A reunião ministerial de Jair Bolsonaro citada pelo ex-ministro Sérgio Moro em seu pedido de demissão, pode trazer problemas internacionais para o Brasil em plena pandemia do novo coronavírus.
Segundo a jornalista Thaís Oyama, colunista do UOL, além de ter ameaçado demitir Sérgio Moro se ele não permitisse interferência na Polícia Federal, Bolsonaro também atacou a China.
"Também é sabido que a China foi citada na reunião em termos pouco elogiosos — pelo próprio Bolsonaro e logo na abertura do encontro", diz Oyama, sem divulgar os termos utilizados por Bolsonaro. Alegando "temas sensíveis" e de interesse de Estado, a Advocacia Geral da União (AGU) pediu ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que a autorize a entregar apenas a parte da reunião em que Bolsonaro se refere a Sérgio Moro.
Segundo dados do Indicador do Comércio Exterior (Icomex), da Fundação Getulio Vargas (FGV), o Brasil exportou 8,8% mais para a China no primeiro trimestre de 2020 ante o mesmo trimestre de 2019. Enquanto para os Estados Unidos, para cuja bandeira Bolsonaro bate continência, o volume de bens brasileiros exportados teve um tombo de 13,5% no primeiro trimestre, enquanto que as importações de produtos americanos pelo Brasil saltaram 15,5%.
O ataque de Bolsonaro à China na reunião privada ocorre após outros ataques ao maior parceiro comercial do Brasil, perpetrados pelo deputado Eduardo Bolsonaro e pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Weintraub, inclusive, protagoniza a frase mais potencialmente danosa dita na reunião ministerial do dia 22 de abril. Depois de comentar medidas tomadas pelo STF que desagradaram o governo, Abraham Weintraub afirmou que a Corte era "composta por onze filhos da puta".
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