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    'Bolsonaro tem uma máquina poderosa de contar mentira', diz Lula

    No Rio, o ex-presidente comentou a forte campanha de fake news bolsonaristas e falou sobre segurança pública, indicando a criação de uma nova polícia para conter o tráfico

    Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)

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    247 - O ex-presidente Lula (PT) concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (20) no Rio de Janeiro e falou sobre a forte campanha bolsonarista de fake news nas redes sociais. Questionado por Marcelo Auler, do Brasil 247, Ele reconheceu que sua campanha não estava preparada para combater o exército digital de Jair Bolsonaro (PL).

    "Nosso adversário tem uma máquina poderosa de contar mentira. Não é pouca coisa a rede que o meu adversário utiliza para vender monstruosidades, para contar mentira e para se explicar. Se pegar essa situação dessas meninas de Brasília, ele levantou 1h da manhã para fazer uma live tentando se explicar, tentando desmentir o que ele mesmo tinha confessado. O que ele fez está contado em um vídeo por ele mesmo. Ele foi na casa achando que as meninas eram prostitutas, quando na verdade ele ficou assustado com a repercussão", disse Lula, lembrando de quando Bolsonaro afirmou que "pintou um clima" entre ele e meninas venezuelanas de 14 anos na periferia do Distrito Federal.

    Lula ainda ironizou o video do pedido de desculpas de Bolsonaro, feito ao lado da ilegítima embaixadora da Venezuela no Brasil, Maria Tereza, indicada pelo autoproclamado presidente do país, Juan Guaidó. "O Brasil é fantástico. Nós temos um presidente que reconhece a embaixadora de um país que o cara não é governo. É inacreditável que a embaixadora da Venezuela seja a embaixadora indicada pelo Guaidó. Ou seja, ela não representa nem a Venezuela e nem o Guaidó, que não é mais nada na Venezuela. E ela continua sendo tratada como se fosse embaixadora".

    Na sequência, o petista voltou a reconhecer a dificuldade de combater os bolsonaristas nas redes sociais. "A rede social dele é muito grande. Acho que a nossa rede também é muito boa, mas é muito difícil a gente competir com robôs. (...)  Ninguém estava preparado para enfrentar a monstruosidade de uma rede mentirosa, e mente com a maior desfaçatez. O cara é um mentiroso muito profissional, ele mente com a maior desfaçatez. É isso que nós vamos enfrentar, sempre tentando dizer que nós não vamos fazer o jogo rasteiro que ele pensa que vai nos levar. Nós não vamos entrar no lamaçal que ele quer nos jogar. Vamos continuar tentando convencer o povo de que nós somos a melhor opção para o país, de que nós temos uma experiência acumulada, não só do Lula, do PT, mas do Alckmin, para que a gente possa retomar a economia. Veja que a primeira-ministra da Inglaterra renunciou, e renunciou porque ela não tem tamanho para enfrentar o problema econômico que a Inglaterra tem. Nós temos um legado que nos dá credibilidade para mostrar que a gente vai ser capaz de resolver os problemas desse país, que são mais difíceis hoje do que eram em 2003, quando eu ganhei a primeira eleição".

    O ex-presidente comentou mais uma vez os ataques de Bolsonaro aos nordestinos. Nesta quarta-feira (19), Bolsonaro disse que o Nordeste vota em Lula porque a região "tem mais pobres". "Eu fiquei pessoalmente ofendido, porque eu sou nordestino. Se faz uma avaliação errada do povo nordestino há pelo menos 300 anos. Os companheiros que estão no Nordeste, os companheiros que moram no Rio de Janeiro, espero que essas pessoas no dia da eleição lembrem daquilo que o presidente falou e votem no 13. Essa é minha expectativa". 

    Lula também comentou sobre o Auxílio Brasil e sobre os "boatos" de que pessoas ligadas a Steve Bannon, guru do clã Bolsonaro e da extrema direita mundial, estariam ajudando a campanha pela reeleição do atual chefe do governo federal. "Tenho tentado mostrar as coisas equivocadas que ele ala. Quando ele fala do Auxílio Emergencial de R$ 600 e do Bolsa Família de R$ 190, se o Bolsa Família tivesse sido reajustado pelo Temer e por ele, o Bolsa Família estaria quase em R$ 700. Então acho que é importante que a gente reconheça a capacidade do exército miliciano dele de fazer o enfrentamento na rede social. Acho que a gente não tinha a cultura, experiência, o Brasil não estava habituado com isso. Tem boatos que dizem que a equipe do Bannon veio para o Brasil para tentar ajudar na última semana o nosso adversário. De qualquer forma, acho que mesmo assim nós vamos ganhar as eleições. Acho impossível ele tirar a diferença em uma semana, mesmo fazendo as loucuras que ele faz, as mentiras que ele conta e criando os casos que eles criam. Vamos continuar com a nossa campanha do jeito que a gente estabeleceu. Já visitei muitos estados, pretendo visitar mais alguns".

    Ministério de Segurança Pública

    Lula indicou que pretende, se eleito, desmembrar o Ministério da Justiça e Segurança Pública e falou na criação de uma nova polícia nacional para conter a ação do tráfico nas fronteiras.

    A política de segurança do governo federal, esclareceu o ex-presidente, "não será conflitante com a responsabilidade que o governo do estado tem de cuidar da polícia do estado. Para que a gente possa combater o tráfico de armas e de drogas nas nossas fronteiras. Vamos ter que construir policiais especiais, ter uma nova polícia nacional que possa dar conta do recado".

    Ele ainda ressaltou a necessidade de "estabelecer um novo padrão de controle [das armas]", diante da flexibilização do porte e da posse de armas de fogo pelo governo Bolsonaro.

    Sobre a política antidrogas, o petista defendeu que dependentes químicos tenham tratamento de saúde, e não sejam simplesmente levados à prisão. "O usuário precisa de tratamento, de recuperação, e não simplesmente achar que a cadeia resolve o problema de uma pessoa viciada. É um dependente químico, e temos que cuidar dele".

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