Conflito entre Gilmar e militares intensifica pressão para saída de Pazuello da Saúde
Após críticas feitas por Gilmar Mendes ao controle dos militares do Ministério da Saúde, aumentou a insatisfação de setores das Forças Armadas com a presença do general Eduardo Pazuello no comando da pasta
247 - As críticas do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao comando dos militares no Ministério da Saúde, em plena pandemia do coronavírus no Brasil, aumentaram a resistência de setores das Forças Armadas à presença do ministro e general Eduardo Pazuello no comando da pasta, de acordo com Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.
Gilmar Mendes afirmou em live transmitida pela TV 247 no sábado, 11, que “o Exército está se associando a esse genocídio” causado pela ingerência do governo de Jair Bolsonaro contra pandemia e a ocupação militar do Ministério da Saúde, em secretarias e na chefia do órgão. Ele reforçou a crítica no domingo, 12, após um tweet pedindo que a presença dos militares seja revista:
“Não me furto (...) a criticar a opção de ocupar o Ministério da Saúde predominantemente com militares. A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o bem das FAs e da saúde do Brasil”.
Reações das Forças Armadas
A jornalista Mônica Bergamo informa que “no Exército, a impaciência é geral”. “Um dos militares que integram a cúpula da organização afirmou à coluna que Pazuello já deveria ter se retirado da ativa e que está ‘forçando a barra’ ao permanecer”, ressaltou.
O militar teria dito que a situação é “desconfortável”, fazendo com que o Exército fique “tomando pedrada”, como no caso do ministro Gilmar Mendes, e ainda lembrou que metade dos cargos no Ministério da Saúde são ocupados por militares.
Por outro lado, ministros militares divulgaram no início da tarde desta segunda-feira, 13, uma nota de repúdio contra Gilmar Mendes. Assinam a nota o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e os comandantes das três Forças, Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antonio Carlos Moretti (Aeronáutica). Uma outra já havia sido publicada no fim de semana.
Além da nota, a cúpula militar anunciou que está entrando com uma representação contra o ministro do STF na Procuradoria Geral da República (PGR).
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