Depois de demitir três generais numa semana, Bolsonaro ameaça defenestrar Joaquim Levy
Jair Bolsonaro dá sinais de estar perdendo o controle na Presidência da República: está rifando a cúpula do seu próprio governo; depois de demitir três generais em uma semana, ameaçou publicamente o presidente do BNDES, Joaquim Levy, com a exoneração na próxima segunda-feira; acusou Levy de desleal, disse que ele "está com a cabeça a prêmio há algum tempo" e ainda que "eu já estou por aqui com o Levy"
247 - Jair Bolsonaro dá sinais de estar perdendo o controle na Presidência da República: está rifando a cúpula do seu próprio governo. Depois de demitir três generais em uma semana, ameaçou o presidente do BNDES, Joaquim Levy, com a exoneração já na próxima segunda-feira. A ameaça pública foi feita neste sábado (15), nos portões do Palácio do Alvorada. Bolsonaro acusou Levy de desleal, disse que o presidente do BNDES "está com a cabeça a prêmio há algum tempo" e explicitou o motivo da possível demissão: "Eu já estou por aqui com o [Joaquim] Levy [nesse momento levou a mão ao pescoço, como se estivesse cortando-o]. Falei pra ele demitir esse cara [Marcos Barbosa Pinto] na segunda-feira ou eu demito você, sem passar pelo Paulo Guedes".
"Governo tem que ser assim: quando coloca gente suspeita em cargos importantes e essa pessoa, como Levy, já vem há algum tempo não sendo leal àquilo que foi combinado e àquilo que ele conhece a meu respeito, ele (Levy) está com a cabeça a prêmio há algum tempo", continuou Bolsonaro, visivelmente alterado.
Barbosa Pinto foi assessor do BNDES no governo do PT e, segundo reportagem do jornal Valor Econômico, voltaria ao banco para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do BNDES. Levado por Guedes para a presidência do BNDES durante a atual gestão, Levy foi ministro da Fazenda de Dilma Rousseff (PT).
Bolsonaro deu a declaração ao sair do Palácio do Alvorada em direção à base militar. Ele viaja na tarde deste sábado para Santa Maria (RS), onde participa de uma cerimônia militar à noite.
Nesta semana, foram demitidos por Bolsonaro: o presidente da Funai, general Franklimberg Ribeiro de Freitas, por considerá-lo amistoso com os indígenas; o presidente dos Correios, general Juarez Aparecido de Paula Cunha, por tirar fotos com parlamentares de esquerda durante uma visita à Câmara, e o secretário de Governo, general Santos Cruz, por opor-se à ordem unida na comunicação governamental, que Bolsonaro pretende ver controlada pela extrema-direita.
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