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    Dilma ao FT: golpe foi também misógino

    "Uma mulher em cargo de autoridade é chamada de durona, enquanto um homem é chamado de forte", observa Dilma Rousseff, presidente deposta em maio, em entrevista ao jornal britânico Financial Times; ela foi listada pelo veículo de economia entre as "mulheres do ano" em uma edição especial que se propõe a "celebrar as conquistas das mulheres, e registrar seus fracassos"; o próprio jornal, que foi um dos principais críticos da imprensa estrangeira ao governo Dilma, diz que o impeachment foi um processo político: "O verdadeiro motivo pelo qual ela perdeu o poder foi a queda na sua popularidade em meio a uma recessão crescente e uma investigação de corrupção na estatal Petrobras"

    "Uma mulher em cargo de autoridade é chamada de durona, enquanto um homem é chamado de forte", observa Dilma Rousseff, presidente deposta em maio, em entrevista ao jornal britânico Financial Times; ela foi listada pelo veículo de economia entre as "mulheres do ano" em uma edição especial que se propõe a "celebrar as conquistas das mulheres, e registrar seus fracassos"; o próprio jornal, que foi um dos principais críticos da imprensa estrangeira ao governo Dilma, diz que o impeachment foi um processo político: "O verdadeiro motivo pelo qual ela perdeu o poder foi a queda na sua popularidade em meio a uma recessão crescente e uma investigação de corrupção na estatal Petrobras" (Foto: Felipe L. Goncalves)
    Felipe L. Goncalves avatar
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    247 – Jornal que foi crítico ferrenho do governo de Dilma Rousseff, chegando a pedir a cabeça de nomes importantes da economia, como o do ex-ministro Guido Mantega, o britânico Financial Times lista a presidente deposta pelo impeachment entre as "mulheres do ano" em uma edição especial que se propõe a "celebrar as conquistas das mulheres, e registrar seus fracassos".

    O jornal traz uma entrevista com a ex-presidente, descrita como "relaxada" para uma pessoa que foi deposta da presidência da República há poucos meses, apesar das duras críticas ao processo, que como lembra, deve ser tratado como um "golpe". Para Dilma, o golpe foi também misógino.

    Relembre entrevista concedida por Dilma ao 247:

     

    "Uma mulher em cargo de autoridade é chamada de durona, seca e insensível, enquanto um homem na mesma posição é chamado de forte, firme e charmoso", observa. "Um dia, depois de ter sido chamada de durona, eu disse [ironicamente] 'sim, sim, eu sou a durona cercada por homens doces. Todos eles são tão doces'", brincou.

    Dilma destacou o fato de ter sido a primeira mulher presidente do Brasil e contou que queria deixar para as mulheres o legado de uma presidência bem-sucedida, mas que ao menos deixou o de uma mulher que não cedeu e que continuou lutando até ser derrubada.

    Ela fez duras críticas ao governo de Michel Temer e lembrou que ele praticou as mesmas operações que motivaram sua queda – as chamadas 'pedaladas fiscais'. "'É um governo de velhos homens brancos ricos, ou pelo menos do que querem ser ricos", critica.

    Na nova fase da vida, morando em Porto Alegre, cidade onde nasceu, Dilma diz ao FT que "a melhor coisa que um ser humano pode fazer é andar de bicicleta" – atividade que ela pratica com frequência na capital gaúcha. "Você pode sair para uma caminhada... mas andar de bicicleta te dá um sentimento muito maior de liberdade", comenta.

    O nome de Dilma está na quarta posição na lista do Financial Times, liderada pela primeira-ministra britânica Theresa May, que é seguida pela ginasta Simone Biles e pela empresária Jean Liu, presidente da empresa Didi Chuxing. A ex-candidata democrata à presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton é a 10ª da lista.

    O jornalista Daniel Buarque, do Blog do Brasilianismo, que acompanha o Brasil na imprensa internacional, faz a seguinte observação sobre a publicação do FT sobre Dilma: "De forma geral, o perfil passa uma imagem positiva da ex-presidente. É interessante perceber ainda que ele foi publicado em um momento em que a imprensa internacional, e o próprio ''FT'', parecem ter se virado contra o governo de Michel Temer. O jornal tem publicado várias reportagens mostrando o enfraquecimento do presidente em meio a novas crises, e chegou a dizer que ele está em uma corda bamba política".

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