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    Em defesa da democracia, celebração em São Paulo mostra reação a ataques de Bolsonaro às urnas

    Leitura do manifesto "Em Defesa da Democracia e da Justiça" foi uma forte reação aos seguidos ataques de Jair Bolsonaro contra o processo eleitoral brasileiro

    Ex-ministro José Carlos Dias na tribuna faz a leitura da carta (Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas)
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    (Reuters) - Acadêmicos e representantes da sociedade civil, entre eles o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga e o empresário Horácio Lafer Piva, marcaram nesta quinta-feira uma forte posição democrática na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) ao participarem da leitura do manifesto "Em Defesa da Democracia e da Justiça", em uma clara reação aos seguidos ataques do presidente Jair Bolsonaro contra o processo eleitoral brasileiro.

    O documento afirma que "a estabilidade democrática, o respeito ao Estado de Direito e o desenvolvimento são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios".

    "É uma situação esdrúxula essa, mas toda a nossa energia, toda nossa coragem têm que ficar, neste momento, concentrada em salvar o que foi conquistado ao longo dos anos e que é a base para o nosso futuro", disse Fraga, um dos vários oradores no evento, que contou com a presença de cerca de 800 pessoas no interior da faculdade.

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    "Às vezes nos esquecemos que as sociedades mais prósperas onde reina a liberdade, a solidariedade, a prosperidade são todas democracias", acrescentou.

    O manifesto recebeu o endosso de entidades como a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) --ainda que apoiada apenas por 18 de seus mais de 100 filiados-- a Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo, e a Anistia Internacional, entre outros.

    "Este não é um manifesto partidário, mas é um momento solene, no qual as principais entidades da sociedade civil brasileira vêm celebrar o seu compromisso maior com a democracia e com o Estado de Direito, mas sobretudo, com a soberania popular, porque é esta que está sendo questionada de maneira vil neste momento", disse o advogado Oscar Vilhena Vieira, membro da Comissão Arns.

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    A reação se dá aos seguidos ataques e alegações sem fundamento de Bolsonaro, que tenta a reeleição, ao processo eleitoral brasileiro e às urnas eletrônicas. Bolsonaro, que aparece atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas eleitorais, já chegou a insinuar que não respeitará o resulta das eleições se não for o vencedor do pleito.

    A cerimônia seria seguida pela leitura, no Largo São Francisco, da "Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito" e inspirado por outra carta escrita em agosto de 1977, a "Carta aos Brasileiros", que denunciava a ilegitimidade do governo militar e conclamava o restabelecimento do Estado de Direito.

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