Ex-ministras de Dilma e 2.000 mulheres rebatem Temer e condenam golpe de 2016
Michel Temer é um dos "grandes artífices do golpe", destacou o manifesto
247 - Mais de 2.000 mulheres disseram em manifesto que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi vítima de um golpe em 2016. A ideia de fazer o documento partiu da socióloga e ex-ministra Eleonora Menicucci, da pesquisadora Celia Watanabe e da desembargadora aposentada Magda Biavaschi. A informação foi publicada nesta quinta-feira (9) pela coluna de Mônica Bergamo.
De acordo com o texto, Michel Temer é um dos "grandes artífices do golpe". "Diante disso, nós mulheres, que constituímos a maioria da população do país, destacando estarem vivas nesse golpe nossas heranças patriarcais e a misoginia, cá estamos para, em uníssono, bradar: foi golpe, um golpe institucional/parlamentar, misógino, de graves proporções e que se expressou nas reformas que se seguiram", afirmam.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia chamado o emedebista de golpista. Temer disse que o petista insiste em manter-se no palanque e tenta "reescrever a história por meio de narrativas ideológicas". "Ao contrário do que ele disse hoje em evento internacional, o país não foi vítima de golpe algum. Foi na verdade aplicada a pena prevista para quem infringe a Constituição", afirmou o ex-presidente em rede social.
A contradição das declarações de Temer é que ele próprio já confessou que o impeachment foi um golpe de estado para derrubar Dilma Rousseff. Antes de ser afastada, ela foi inocentada em 2016 por técnicos do Senado e pelo Ministério Público.
O manifesto das mulheres em solidariedade à ex-presidente tem o apoio de lideranças como a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial), a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), a deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP), a professora e filósofa Marilena Chauí, a jurista Carol Proner, a cineasta Tata Amaral e a ex-ministra Izabella Teixeira.
Dilma foi ministra da Casa Civil, e de Minas e Energia, nos dois primeiros mandatos de Lula. A petista foi secretária de Minas, Energia e Comunicações do Rio Grande do Sul e também comandou a Secretaria da Fazenda de Porto Alegre (RS).
De acordo com informação antecipada pela jornalista Hildegard Angel, colunista do 247, a ex-presidente teve o nome cogitado para assumir a presidência do Banco do Brics, grupo de países que reúne Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul.
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