Fux mandará decisão para plenário do STF
"Vou mandar para o Ministério Público [se manifestar sobre a decisão]. Depois que vier do Ministério Público, com o processo instruído, vou submeter à apreciação do mérito ao plenário", disse o ministro do Supremo Tribunal Federal, sobre decisão que determina que o pacote anticorrupção aprovado pela Câmara volte à estaca zero na Casa; decisão foi criticada por Gilmar Mendes e deverá ser alvo de recurso do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Renan Calheiros; para Fux, não houve interferência no Legislativo
247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux afirmou nesta quinta-feira 15 que irá mandar para apreciação do plenário sua decisão que determina que o pacote anticorrupção aprovado pela Câmara volte à estaca zero na Casa.
"Vou mandar para o Ministério Público [se manifestar sobre a decisão]. Depois que vier do Ministério Público, com o processo instruído, vou submeter à apreciação do mérito ao plenário", disse.
A decisão causou polêmica nesta quarta. O ministro do STF Gilmar Mendes disse ser o "AI-5 do Judiciário". Os dois ministros bateram-boca hoje mais cedo durante sessão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Fux e Gilmar bateram boca na sessão do TSE nesta quinta-feira. Assista:
Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), consideraram uma interferência do Judiciário no Legislativo e anunciaram que devem recorrer da decisão. Para Fux, não houve interferência.
A jurisprudência da Corte autoriza a decisão liminar em caso de "vício no processo legislativo de elaboração de leis", justificou Fux. "Eu não vejo como possa criar crise na medida em que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido de que o Judiciário pode interferir a pedido de um parlamentar toda vez que ele promova uma ação demonstrando que o processo legislativo não está correto", argumentou.
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Fux diz que não interferiu no Legislativo em decisão sobre pacote anticorrupção
André Richter - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux disse hoje (15) que não interferiu nos trabalhos do Legislativo ao determinar a suspensão do projeto de Lei (PL) 4.850/16, que trata das Dez Medidas de Combate à Corrupção. A proposta de iniciativa popular foi incentivada e encaminhada à Câmara dos Deputados pelo Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com o ministro, a jurisprudência da Corte autoriza a decisão liminar em caso de "vício no processo legislativo de elaboração de leis". Para o ministro, a decisão não cria uma nova crise entre a Corte e o Legislativo. "Eu não vejo como possa criar crise na medida em que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido de que o Judiciário pode interferir a pedido de um parlamentar toda vez que ele promova uma ação demonstrando que o processo legislativo não está correto", argumentou.
Ontem (14), Fux suspendeu individualmente a tramitação do PL 4.850/16, que trata do pacote de medidas anticorrupção e tinha sido aprovado pelo plenário da Câmara na madrugada do dia 30 de novembro. Na decisão, Fux entendeu que houve um erro de tramitação na Câmara e determinou que o processo seja devolvido pelo Senado, onde a matéria está em tramitação, para que os deputados possam votar a matéria novamente.
Reação na Câmara
Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a dizer que vê problemas na decisão do ministro Luiz Fux. Maia disse que até o fim do dia deve encaminhar ao Supremo explicações em defesa do processo legislativo adotado pela Casa.
"Estou convencido de que tem muitos problemas na decisão do Fux. Nós não queremos nenhum tipo de conflito, de estresse maior do que nós já tivemos nos últimos meses. Então, vamos mostrar com muita paciência, item a item, tudo o que foi colocado pelo ministro Fux, que é uma decisão baseada em algumas questões que, do nosso ponto de vista, estão equivocadas", afirmou.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), considerou a decisão uma "invasão" na competência no Legislativo.
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