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    Governo Lula prepara mudanças nas regras que entregaram a Eletrobrás de bandeja ao capital privado

    “Foi quase uma bandidagem para que o governo não volte a adquirir maioria na Eletrobrás”, disse Lula sobre as medidas que tornaram a 3G Radar a maior acionista da Eletrobrás

    Lula, Jair Bolsonaro e Paulo Guedes (Foto: ABR)

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    247 - O governo Lula (PT) prepara uma ação na Justiça para anular duas regras "leoninas" implementadas pelo governo Bolsonaro (PL) na privatização da Eletrobrás, informa a CartaCapital. 

    As medidas do último governo levaram a 3G Radar, dos bilionários que fraudaram a Americanas, a tornar-se a maior acionista preferencialista da Eletrobrás.

    O primeiro dispositivo em questão impede o governo federal de ter mais de 10% dos votos na empresa, mesmo possuindo cerca de 40% das ações dela. Já a segunda norma determina que, caso o governo queira comprar mais ações da Eletrobrás, o valor cobrado será 200% maior do que o regular - ou seja, três vezes mais caro. 

    “Possivelmente, o advogado-geral da União vai entrar na Justiça para que a gente possa rever esse contrato leonino contra o governo. Porque é contra o governo", afirmou Lula durante encontro com jornalistas na manhã desta terça-feira (7).

    >>> "Eletrobrás é questão de segurança nacional e não pode ficar com os golpistas das Americanas", diz Luís Nassif

    As medidas bolsonaristas visam remover a influência do governo na empresa e criar barreiras para evitar que tal influência possa ser recuperada. “Foi quase uma bandidagem para que o governo não volte a adquirir maioria na Eletrobras. É uma coisa irracional, maquiavélica, que nós não podemos aceitar.” 

    Ainda de acordo com a CartaCapital, "os comentários indicam que o presidente planeja reestatizar a Eletrobras em algum momento ao longo do mandato. Derrubar a regra legal que encarece as ações em caso de recompra pelo governo seria um passo nessa direção, pois baratearia a operação".

    Durante sua fala, Lula destacou que a prioridade do governo vai ser cuidar das urgências da população, mas não negou a possibilidade de aumentar a participação na empresa: “eu não disse durante a campanha e não vou dizer agora que eu vou comprar essa empresa de volta. Até porque o pouco dinheiro que a gente tiver nós vamos cuidar dos benefícios de que o povo precisa. (Mas) Se a gente conseguir fazer a economia crescer, e a gente puder [ter dinheiro para] comprar mais ações, a gente vai comprar".

    'Bandidagem'

    O presidente Lula criticou nesta terça-feira (7), durante o café da manhã com a mídia progressista, o processo de privatização da Eletrobrás, que chamou de "errático", "lesa-pátria" e "quase que uma bandidagem".

    "Foi feito quase que uma bandidagem para que o governo não volte a adquirir maioria na Eletrobrás", disse Lula.

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