Gustavo Fruet abre dissidência no PSDB

247 – De alguns anos para cá, Gustavo Fruet vinha despontando como dos nomes mais promissores do PSDB. Fruet brilhou na CPI dos Correios, em 2005, e por muito pouco não derrotou o ex-governador paranaense Roberto Requião nas eleições para o Senado, em 2010. Esperava-se que Fruet, com 3,2 milhões de votos, ocupasse uma secretaria importante no governo do também tucano Beto Richa, que sucedeu Requião. Mas uma característica da política paranaense é a “autofagia”. Políticos do Paraná, em geral, não gostam de quem lhes faça sombra. E Richa, que faz parte dessa estirpe, descumpriu várias promessas feitas ao correligionário: uma secretaria importante no governo estadual, o diretório regional do partido e assim por diante. O resultado, esperado para os próximos dias, será a dissidência mais importante do PSDB em 2011. Fruet, que pretende disputar a prefeitura de Curitiba, está deixando o ninho tucano e irá anunciar sua filiação ao PDT.

Essa costura política cria o nome mais forte para a sucessão municipal em Curitiba, em 2012. Isso porque, na disputa, Fruet teria como vice um nome do PT. As tratativas envolveram até o casal mais poderoso da República – Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann – que abençoou a migração partidária. Também foram consultados o ex-presidente Lula e o líder de fato do PT, José Dirceu, que reagiram com entusiasmo à ideia.

Fruet vive uma situação semelhante à do atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que também atuou fortemente na CPI dos Correios e depois migrou para a base aliada – foi do PSDB para o PMDB – com o apoio de Lula. Na disputa paranaense, ele poderá representar o “novo”, assim como outro ex-tucano – Gabriel Chalita – em São Paulo. Requião também pode apoiar sua candidatura à prefeitura de Curitiba.