Haddad não vê com entusiasmo aliança com Kassab
Em entrevista Folha, ministro da Educao disse que o prefeito prefere fechar um acordo com os tucanos para lanar o ex-governador Jos Serra (PSDB) ou o vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD)
247 - Gilberto Kassab (PSD) no assédio ao PT para formar uma aliança na eleição municipal de São Paulo. Mas para o candidato do governo à prefeitura, a ideia foi recebido sem entusiasmo.
Em entrevista à Folha, Fernando Haddad disse que Kassab prefere fechar um acordo com os tucanos para lançar o ex-governador José Serra (PSDB) ou o vice-governador Guilherme Afif Domingos (PSD).
Ele deixou claro que, em sua visão, a prioridade do prefeito não é apoiá-lo. "Não podemos deixar de ter clareza de que o projeto que está em curso não é esse", disse.
Leia a entrevista na íntegra :
Em setembro o sr. disse que a gestão Kassab era provinciana. Como avalia agora a possibilidade de aliança com o partido dele, o PSD?
Eu comentei que não tinha conseguido fazer a quantidade de parcerias que desejava com São Paulo. Os problemas na cidade não são simples. Como pré-candidato, tenho conhecimento da máquina federal que me faz crer que oportunidades podem ser oferecidas aos paulistanos, algumas das quais eles nem sequer conhecem.
E a possibilidade de aliança com o prefeito?
O que Kassab disse ao presidente [Lula], e eu ouvi do próprio presidente, é que seu projeto continua sendo o anunciado: oferecer apoio ao Serra ou receber apoio ao Afif. Ele reiterou isso, inclusive nos jornais. Este é o plano dele. Foi um gesto de generosidade dele elogiar o PT, mas não podemos deixar de ter clareza de que o projeto que está em curso não é esse. É isso o que me chegou. A recomendação que fiz ao PT foi fazer um balanço da nossa relação com os partidos da base da presidente Dilma. O movimento [de negociar com o PSD] é muito novo e precário.
O sr. se sentiria incomodado com um vice do PSD?
Estou estudando a cidade. Neste momento, estou abrindo a discussão com setores simpáticos não petistas para debater mobilidade, saúde, educação, urbanismo. O segundo momento é o gesto em direção aos partidos da base da presidente Dilma. Qualquer que seja o cenário, procurar uma aproximação com esses partidos.
O que o sr. acha da possibilidade de ter Gabriel Chalita [PMDB] como seu vice?
Estarei sempre aberto para discutir com o PMDB. Mas eles já estão em uma posição mais adiantada [de lançar Chalita]. À parte da amizade que temos, vamos manter a interlocução permanente.
O sr. já foi acusado de ser um "estrangeiro", confundiu Itaim Paulista com Itaim Bibi...
É uma crítica que desqualifica o debate. O que vai ajudar São Paulo é discutir ideias. O Enem (exame do ensino médio) teve sucessivas falhas. Como responder às críticas? Os problemas foram pontuais. Não estou falando de 2009, um ano atípico. Estou falando das questões pontuais de 2010 e 2011. Foram localizadas, de fácil superação. Farei do Enem, do ProUni [bolsas para alunos pobres nas universidades privadas], do Sisu [seleção de vagas nas federais] bandeira de luta pela democratização do acesso dos estudantes da escola pública às universidades. Me orgulho muito e não terei dificuldade em discutir um assunto que me enche de paixão e de orgulho.
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