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    Lula denuncia na ONU forças de extrema-direita no Brasil e nos EUA e aponta crise democrática

    'A extrema-direita tem um discurso identitário às avessas', afirmou o presidente à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas

    24.09.2024 - Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante o evento “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”, na Sede das Nações Unidas (ONU). Nova York - Estados Unidos. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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    247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um alerta nesta terça-feira (24) sobre as tentativas de golpes da extrema-direita no Brasil e condenou a agenda defendida por esse campo político. Em discurso à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York (EUA), o chefe de Estado criticou propostas anti-imigração, como as defendidas pelo candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), e destacou a importância da preservação da democracia, da agenda ambiental e do respeito aos direitos humanos.

    "A extrema-direita também se tornou viável eleitoralmente ao organizar os descontentes em torno de um discurso identitário às avessas. Culpam migrantes, mulheres e minorias pelos problemas da atualidade. E fazem isso tensionando os limites das instituições democráticas", afirmou durante o discurso na ONU.

    "Ceder diante dessas narrativas é cair em uma armadilha. Recuar não vai apaziguar o ânimo violento de quem ataca a democracia para silenciar e retirar direitos. Não há contradição entre coesão social e o respeito à diversidade. O pluralismo nos fortalece. A democracia em sua plenitude é a base para promover sociedades pacíficas, justas e inclusivas, livres do medo e da violência. Ela é fundamental para um mundo de paz e prosperidade."

    De acordo com o presidente, "a História nos ensinou que a democracia não pode ser imposta". "Sua construção é própria de cada povo e de cada país. Para resgatar sua legitimidade, precisamos recuperar sua essência, e não apenas sua forma", continuou.

    Em seu pronunciamento, Lula afirmou que a "participação social é um dos principais caminhos para o fortalecimento da identidade democrática". "A democracia não é um pacto de silêncio. Precisamos ouvir movimentos sociais, estudantes, mulheres, trabalhadores, empreendedores, minorias raciais, étnicas e religiosas", disse.

    "Proteger quem defende os direitos humanos, o meio ambiente e a democracia também é imprescindível. A experiência brasileira mostra que o equilíbrio entre os poderes constituídos, a resiliência e o fortalecimento das instituições são cruciais na proteção desses princípios. Somente uma democracia revigorada nos permitirá equacionar os dilemas de nossas sociedades e do mundo contemporâneo."

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