Mauro Vieira diz que Brasil seguirá buscando caminhos para a paz em Gaza
Chanceler brasileiro lamentou o veto dos Estados Unidos à proposta de resolução apresentada pelo Brasil
Agência Gov – O governo brasileiro se manifestou, na tarde desta quarta-feira (18/10), sobre o veto de sua resolução proposta no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) como forma de cessar o conflito entre Israel e Palestina. Por meio de nota, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) lamentou o veto e reiterou que "o Brasil considera urgente que a comunidade internacional estabeleça um cessar-fogo e retome o processo de paz".
"Como país historicamente comprometido com a paz e na qualidade de presidente do Conselho de Segurança durante o mês de outubro, o Brasil trabalhou arduamente para reduzir a polarização, acomodar posições e interesses divergentes e apresentar texto capaz de proteger as vidas de civis e de assegurar o acesso humanitário à população civil da Faixa de Gaza", trouxe o comunicado.
Ainda segundo a nota, "o Brasil seguirá buscando construir acordos que aliviem a dramática situação humanitária a que assistimos e contribuam para a realização da solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável, convivendo em paz e segurança com Israel, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas".
Veja, abaixo, a íntegra do comunicado:
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) reuniu-se hoje para examinar projeto de resolução sobre os últimos desdobramentos do conflito israelo-palestino, com foco em seus aspectos humanitários, especialmente no acesso humanitário à Faixa de Gaza.
Como país historicamente comprometido com a paz e na qualidade de presidente do Conselho de Segurança durante o mês de outubro, o Brasil trabalhou arduamente para reduzir a polarização, acomodar posições e interesses divergentes e apresentar texto capaz de proteger as vidas de civis e de assegurar o acesso humanitário à população civil da Faixa de Gaza.
O projeto condena os atos de terrorismo perpetrados pelo Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023; apela para libertação imediata e incondicional de todos os reféns civis; conclama a uma pausa humanitária a fim de permitir o fornecimento rápido e desimpedido da ajuda humanitária; exige o fornecimento contínuo de bens essenciais para a população civil, como artigos médicos, água e alimentos; e pede a rescisão da ordem para que civis e funcionários das Nações Unidas evacuem toda a área em Gaza ao norte de Wadi Gaza.
O projeto da presidência brasileira reuniu amplo apoio e foi aprovado por 12 dos 15 membros do CSNU ao texto – o que reflete o alto grau de preocupação com a situação humanitária decorrente do conflito israelo-palestino. A aprovação no Conselho requer o apoio de pelo menos nove de seus membros. Entretanto, o veto de um membro permanente do Conselho de Segurança levou à rejeição do projeto pelo Conselho de Segurança. Dois membros abstiveram-se na votação.
O governo brasileiro lamenta que, mais uma vez, o uso do veto tenha impedido o principal órgão para a manutenção da paz e da segurança internacional de agir diante da catastrófica crise humanitária provocada pela mais recente escalada de violência em Israel e em Gaza. O Brasil considera urgente que a comunidade internacional estabeleça um cessar-fogo e retome o processo de paz.
O Brasil seguirá buscando construir acordos que aliviem a dramática situação humanitária a que assistimos e contribuam para a realização da solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável, convivendo em paz e segurança com Israel, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas.
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