Moro e Bolsonaro estão em lados opostos na crise do coronavírus
Segundo aliados, o ministro Sérgio Moro (Justiça) se disse “indignado” com a decisão de Jair Bolsonaro de romper o acordo feito com ele e com outros membros do governo, para buscar um discurso afinado sobre a pandemia do coronavírus
247 - Os ministros Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Paulo Guedes (Economia) uniram-se nos bastidores no apoio ao titular da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na defesa do isolamento social como alternativa para evitar a disseminação do coronavírus, que infeccionou pelo menos 4,6 mil pessoas e matou 165 no Brasil. Segundo aliados, o ex-juiz se disse “indignado” com a decisão de Jair Bolsonaro de romper o acordo feito, no sábado (28), com ele e com outros membros do primeiro escalão do governo, para buscar um discurso afinado sobre a pandemia.
Moro ficou incomodado por não ter sido chamado para participar de um encontro, também no sábado, com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e outros ministros do governo para discutir a judicialização das ações federais. A avaliação feita por Moro a aliados é a de que Bolsonaro está descontrolado, deixando-se levar por sentimentos de raiva de supostos inimigos, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo.
Com a formação do trio, o ocupante do Planalto está cada vez mais isolado, especialmente, por causa do seu comportamento na crise, ao defender que as pessoas saíam para trabalhar, exceto idosos e pessoas com doenças preexistentes. Também saiu às ruas mais de uma vez, contrariando recomendações de autoridades de saúde para o isolamento.
O ministro Luiz Mandetta tem o apoio do Congresso e do Judiciário. O presidente do STF, Dias Toffoli, destacou nesta segunda-feira (30) a necessidade de isolamento social.
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