“Não preciso participar de campanha equivocada”
Senadora Marta Suplicy deixa que la nave va; quem precisa se conectar com o pblico o candidato, no d para transferir isso, diz ela colunista Dora Kramer, do Estado; pgina virada a chance de substituir Haddad; "isso no vai acontecer nem eu tenho qualquer pretenso de voltar disputa"
247 – Volta, Marta, volta! Esqueçam. Depois de um tuitaço de críticas ao candidato Fernando Haddad, a senadora Marta Suplicy, em entrevista à colunista Dora Kramer, do Estadão, jogou defintivamente a toalha. Sem um gesto sequer, dentro do partido, de atenção às suas análises e posições, como destaca Dora – que têm-se mostrado acertadas --, Marta não acredita em substituição do candidato e se põe fora. "Página virada", diz. Ao sair, deixa mais um recado direto para os que a querem carregando o andor de Haddad: "Quem precisa se conectar com o público é o candidato, não dá para transferir isso", argumenta.
Abaixo, a coluna de Dora Kramer no Estadão:
Com jeito
Diga-se o que for sobre a senadora Marta Suplicy. Ressalte-se a impertinência, a inadequação verbal e o toque acentuado de presunção, mas reconheça-se nela uma qualidade em escassez no mercado: a insubordinação mental.
Fala alto o que seus companheiros de PT dizem em voz baixa, mas não repetem em público por medo de contrariar o comandante em chefe.
Quando Lula queria fazer de Ciro Gomes candidato a governador de São Paulo, Marta foi a única a verbalizar a insatisfação da maioria, dizendo que ele não tinha "nada a ver" com o Estado.
Quando o ex-presidente deu os primeiros sinais de que faria de Fernando Haddad candidato a prefeito, Marta postulava o lugar e duvidou: "Só se for para perder".
Depois avisou que José Serra acabaria sendo candidato pelo PSDB e mais adiante se rebelou contra a aliança com o prefeito Gilberto Kassab, considerando a hipótese "um pesadelo".
Há dois dias disse via Twitter que a estratégia do PT na eleição municipal está errada e aconselhou Haddad a "gastar sola de sapato" se quiser deslanchar.
Marta Suplicy tem falado pouco, evitado entrevistas e, sobretudo, se esquivado da pressão para mergulhar na campanha como uma espécie de embaixadora de Haddad junto ao eleitorado, principalmente o feminino e residente na periferia da cidade.
Nesse vácuo vicejam dúvidas sobre a disposição dela de reforçar o time petista nessa eleição e também surgem versões de que Lula poderia recuar e fazê-la candidata do PT à Prefeitura.
O que é fato ou ficção, ninguém melhor que a própria para esclarecer.
"Isso (recuo de Lula) não vai acontecer nem eu tenho pretensão de voltar à disputa. É página virada, já aceitei que não sou candidata, mas não preciso participar de uma campanha equivocada nem acreditar que existem soluções mágicas porque elas não existem", diz a senadora.
A magia a que se refere é o poder que se atribui a ela, ou a Lula, de fazer decolar a candidatura de Haddad. "Quem precisa se conectar com o público é o candidato, não dá para transferir isso", argumenta.
Participar ela vai. Mas só no momento certo, a partir do início oficial da campanha ou, daqui até lá, em situações que considere realmente importantes. Por exemplo: no próximo dia 13 na inauguração de um Centro Educacional Unificado (CEU) em São Bernardo. "No momento inclusive tenho muito trabalho como vice-presidente do Senado."
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