Nelson Jobim já chegou ao Palácio do Planalto
PresidenteDilma ordenou antecipao da volta do ainda ministro do Amazonas capital; ir demiti-lo frente a frente; pelas costas, Jobim falou mal das ministras Ideli Salvatti, Gleisi Hoffmann e do governo; ministro Jos Eduardo Cardozo de sobreaviso
247 – Numa demonstração de que não quer deixar o cargo de ministro da Defesa – apesar de ter dito, primeiro, que votou em Serra, ter desqualificado o padrinho político da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula, e ter ampliado suas críticas a governo por meio da revista Piauí --, Nelson “Rambo” Jobim determinou a emissão de uma nota oficial do Ministério sobre toda a polêmica levantada por sua entrevista. Na entrevista está dito que ele disse que a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvati, é “muito fraquinha”. Que a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, “nem sequer conhecer Brasília” e, ainda, que o governo faz “muita trapalhada”.
Eis a íntegra da nota:
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, negou hoje ter feito críticas à ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, as supostas críticas de Jobim à sua companheira de governo teriam sido feitas à revista Piauí, que circula a partir de amanhã com reportagem que traça o perfil do titular da Defesa. “Em momento algum, fiz referência à ela dessa natureza”, disse.
Jobim afirmou que tem auxiliado Ideli Salvatti nas articulações no Senado com o objetivo de aprovar o projeto de lei em tramitação que trata do acesso a informações públicas. Ele elogiou a ministra de Relações Institucionais e também negou ter feito qualquer comentário depreciativo em relação a outros membros do governo. “Reconheço na Ideli capacidade e tenacidade importantíssimas na condução dos assuntos dentro do Congresso”, destacou.
O ministro da Defesa classificou as informações veiculadas na imprensa como “parte de um jogo de intrigas" e uma tentativa de desestabilizá-lo. “Isso faz parte daquilo que passa pela cabeça de quem não conhece a necessidade de um país”, afirmou.
Jobim participou hoje, em Tabatinga (AM), da solenidade de assinatura de um acordo para a adoção de um plano binacional de segurança fronteiriça entre o Brasil e a Colômbia. Participaram também do ato o vice-presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, além de outras autoridades dos dois países.
Abaixo, noticiário de 247 a respeito do assunto:
247 – Foi a gota d'água. As declarações depreciativas de Nelson Jobim sobre as ministras Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti, da Casa Civil e das Relações Institucionais, respectivamente, à revista Piauí enfim acabaram com a paciência da presidente Dilma Rousseff, que decidiu trocar seu ministro da Defesa. A decisão foi tomada em conjunto com as duas ministras, o ministro Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência, e a ministra Helena Chagas, da Comunicação Social, na manhã desta quinta-feira, e apenas depois de a presidente ler a entrevista.
O governo espera, assim, que Jobim formalize seu pedido de demissão até o fim do dia. Ainda em Tabatinga (AM), onde foi assinar plano de segurança fronteiriça com a Colômbia, Jobim negou que tenha falado sobre as ministras. "Reconheço a capacidade de Ideli e estou auxiliando a ministra na tramitação de alguns projetos no Senado", disse. Quando perguntado se achava que o governo da presidente Dilma era mesmo "atrapalhado", foi categórico: "Absolutamente".
Por meio de nota publicada pelo Ministério da Defesa, Jobim"negou ter feito qualquer comentário depreciativo em relação a outros membros do governo". “Reconheço na Ideli capacidade e tenacidade importantíssimas na condução dos assuntos dentro do Congresso", declarou o ministro, classificando o episódio como "parte de um jogo de intrigas" com o objetivo de desestabilizá-lo. “Isso faz parte daquilo que passa pela cabeça de quem não conhece a necessidade de um país”, afirmou o ministro.
As desculpas, contudo, vieram muito tarde e não comoveram a presidente, que mantém a decisão. Irritada com as declarações do ainda ministro da Defesa, Nelson Jobim, Dilma comentou que, se pudesse, “arrumaria um cargo para o Jobim na Amazônia e deixaria ele por lá”, segundo reportagem do portal Uol. O assessor que repassou a informação ao portal se disse cauteloso sobre a possibilidade de a presidente demitir o ministro ainda hoje. Jobim está em Tabatinga (AM), na fronteira com a Colômbia, e só chega em Brasília à noite.
Demitir o ministro por telefone seria deselegante e a presidente estaria apenas esperando Jobim voltar a Brasília para lhe dar a notícia de que não há mais condições de ele permanecer no cargo. Como Jobim só chegaria à capital por volta das 22h, a presidente mandou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) buscá-lo, segundo o site da revista Carta Capital. Assim, Jobim deve chegar a Brasília no fim da tarde.
Dois nomes são cogitados para substituir Jobim: o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o deputato federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
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