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    "O objetivo de Bolsonaro é ser o grande líder da extrema direita internacional”, diz Michel Gherman

    Para o professor da UFRJ, a ambição do presidente de transformar o Brasil no centro da extrema direita internacional será um fracasso. No entanto, alerta: “Agora, a dimensão ideológica do bolsonarismo vai continuar viva mesmo depois do Bolsonaro. Filipe Martins pode ser o continuador dele”. Assista

    Michel Gherman e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Isac Nóbrega/PR)

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    247 - O professor de sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Michel Gherman, analisou o papel ideológico exercido por Jair Bolsonaro no mundo. Para ele, o assessor especial do presidente, Filipe Martins, que recentemente fez numa sessão do Senado um gesto associado aos supremacistas brancos, tem papel fundamental nesse projeto.

    “Ele [Filipe] não é só agitador do subterrâneo, ele também é formulador de política. É uma figura importante na formulação da política internacional do Brasil e nos contatos que o Brasil tem com setores da extrema direita no mundo. Bolsonaro quer ser a grande liderança da extrema direita internacional. Esse é o objetivo dele. Por isso que digo que é muito difícil Filipe Martins cair. Até agora, por exemplo, ele não caiu, quem caiu foi Ernesto Araújo, e ele continua no mesmo cargo que ele tinha. É uma pessoa que tem vínculos com a extrema direita internacional. Hungria, Eslováquia, Polônia, Filipinas... Ele produz contatos com esse grupo, mas é uma pessoa que tenta garantir ao Bolsonaro o seu grande desejo, que é ser a maior referência da extrema direita internacional”. 

    No entanto, o professor prevê o fracasso do projeto de transformar o Brasil em uma potência da extrema direita internacional. Ele diz que a “incompetência” de Bolsonaro é tamanha que ele não conseguirá fazer isso, mas alerta para a “dimensão ideológica” do problema, que permanecerá viva. “O Bolsonaro não é um Forrest Gump. Ele não é aquela pessoa que estava no lugar certo e na hora certa. Ele foi uma aposta equivocada da direita liberal para garantir a destituição da esquerda, do PT, do lulismo, sei lá do que, e acionou-se essa figura, que é uma figura que já vinha de outros lugares, há muito tempo com a perspectiva de uma extrema direita organizada, e que não veio para brincar. Bolsonaro veio para garantir uma espécie de uma manutenção no poder, de uma transformação do Brasil em uma potência da extrema direita internacional. Provavelmente, ele é tão incompetente que ele não conseguiu fazer isso. Agora, a dimensão ideológica do bolsonarismo vai continuar viva mesmo depois do Bolsonaro. Filipe Martins pode ser o continuador dele”, disse Gherman. 

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