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    PT vai para a rua na contramão das centrais

    Na quinta-feira 11, partido participa de manifestações debaixo de acusações de oportunismo pelas centrais sindicais; Dia Nacional de Lutas terá conflito de propostas: enquanto os petistas, convocados por Rui Falcão, defenderão o plebiscito de Dilma Rousseff, sindicalistas levantarão suas bandeiras históricas, pressionando o governo; Força Sindical, do deputado Paulo Pereira da Silva - que ameaça o "fora Dilma" - é a mais radical: "Não aceitamos que o partido pegue carona na nossa pauta", diz secretário-geral, João Carlos Gonçalves; já a CUT, ligada ao governo, diz que plebiscito estava, sim, na pauta

    PT vai para a rua na contramão das centrais
    Felipe L. Goncalves avatar
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    247 – O próximo dia 11, quinta-feira, pode ser marcado por um confronto entre o PT e as principais centrais sindicais do País. Isso porque o partido convocou seus militantes a participarem do "Dia Nacional de Lutas", ato organizado pelas entidades com uma pauta que visa pressionar o governo. Haverá um conflito de propostas nas ruas: enquanto os petistas defenderão o plebiscito e a reforma política, as centrais irão defender bandeiras históricas do movimento, como a redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário.

    No caso da Força Sindical, presidida pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) e rompida com o governo federal, há ainda outras reivindicações, como mudanças na equipe econômica e medidas contra a inflação. "O apoio de qualquer partido é bem-vindo. O que não aceitamos é que peguem carona para defender sua própria pauta, que nem é consenso entre centrais", explica João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical, conforme relata o Valor Econômico.

    Presidentes de centrais sindicais reclamam principalmente da pauta em defesa do plebiscito por parte do partido governista. "São atos diferentes, de pautas diferentes. Se estão querendo confundir as coisas estão se excedendo", afirmou o presidente da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), Wagner Gomes. Para o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, o plebiscito está fora da pauta sindical. "Não estou reclamando da participação do PT, mas o ato é exclusivamente das centrais e dos movimentos sociais. Nossas bandeiras são conhecidas, e não tem plebiscito nelas", protestou.

    Já a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que é ligada ao governo, defende que o plebiscito foi incluído, sim, na pauta do ato, por movimentos que apoiam as manifestações, a exemplo do MST e da UNE. "Não sei em qual contexto foi inserida, se como plebiscito, referendo, mas as centrais estavam de acordo com a inclusão do tema", disse o secretário-geral da central sindical, Sérgio Nobre.

    O confronto não é apenas uma especulação: a Força Sindical tem incentivado sua base a atacar o projeto do plebiscito e a própria presidente Dilma Rousseff caso o PT mantenha a intenção de usar o movimento organizado pelas entidades para levantar sua bandeiras. O ato, afinal, é organizado com um tom de críticas ao governo, que conforme lembram os sindicalistas, não respondeu às reivindicações dos trabalhadores. O secretário-geral da Força lembra que o ato do PT foi marcado no mesmo local (vão livre do Masp, em São Paulo) e horário (12h) do das centrais.

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