S.O.S Haddad
Alerta vermelho na campanha do petista Fernando Haddad em So Paulo; ministro Gilberto Carvalho diz que Lula no pode resolver tudo sozinho e pede que outros petistas, como Marta Suplicy, se engajem na campanha
247 – Na semana passada, o 247 noticiou os primeiros sinais de dúvida de Lula quanto ao sucesso de seu pupilo Fernando Haddad, como pré-candidato à prefeitura de São Paulo (Leia aqui). Publicamente, o apoio ainda é incondicional, mas o ex-presidente tem motivos de sobra para desconfiar. Desde dezembro, o petista não criou um fato político de grande repercussão. Apareceu com módicos 3% das intenções de voto segundo uma pesquisa Datafolha, enquanto seu rival do PSDB, José Serra cravava os 30%. Pior, nem seus companheiros de partido tem o poupado. O deputado federal Ricardo Berzoini recusou publicamente a coordenação política da campanha de Haddad. O mesmo aconteceu, nos bastidores, com o ex-ministro Antonio Palocci e o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, que recusaram a tarefa de olhar pela questão financeira.
Para desafogar Lula, que ainda luta contra um câncer, do árduo trabalho de tornar o candidato menos nanico nas pesquisas, Gilberto Carvalho, ministro mais próximo ao ex-presidente, saiu em seu socorro. “É errado ficar achando que só o Lula resolve as coisas. Somos um time que tem vários jogadores importantes”, afirmou o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência ao Estadão. A estratégia traçada por Carvalho, que pode ter vocalizado uma mensagem do próprio Lula, consiste em pressionar figuras de expressão no PT, como a senadora Marta Suplicy (SP) e também ministros. Sem citar o nome de Marta, ele deixou claro sua intenção ao dizer que é preciso colar Haddad à militância em São Paulo para reconquistar os « 30% de eleitores de sempre ». Segundo informações do Estadão, integrantes do Conselho Político vão propor, em reunião no sábado, uma ofensiva para atrair o apoio da senadora. Até mesmo a presidente Dilma Rousseff e o ministro Aloizio Mercadante (Educação) devem entrar nesse mutirão.
Se nem o PT acredita nessa união, o que dirão os partidos da base governista, em pé de guerra com a presidente Dilma ? A insatisfação de aliados do PR e do PDT com o governo federal pode contaminar a eleição em SP. Haddad já provou que não tem capacidade de mudar sozinho seu destino em São Paulo, mas ao menos algo pode jogar a seu favor. A ira do PMDB, PC do B, PR e PDT contra gestão de Dilma só não são maiores do que a rejeição à José Serra e ao PSDB. Para quebrarem o favoritismo ao tucano, eles já demonstraram interesse em unir forças no segundo mandato.
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