"Vivemos uma espécie de parlamentarismo sem primeiro-ministro", diz Haddad
“A gente saiu do presidencialismo de coalizão e vivemos uma coisa estranhíssima", afirmou o ministro da Fazenda
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo e ao advogado Walfrido Warde exibida nesta segunda-feira (14) que o Brasil vive um regime político “estranhíssimo” com um presidente que perde cada vez mais poder sobre o orçamento para o Congresso Nacional. >>> Centrão manobra para ampliar emendas obrigatórias e quer controlar o ritmo dos repasses do governo
“Eu não sei como resolver esse problema e nem sei se tem solução, mas R$ 40 bilhões em emendas? É 0,4% do PIB. Como é que você vai ter 0,4% do PIB [em emendas]? Onde é que no mundo tem isso?”, questionou.
Na sequência, ele afirmou que o modelo atual joga toda a responsabilidade para o presidente da República e isenta o Legislativo. “A gente saiu do que os meus colegas cientistas políticos chamavam de presidencialismo de coalizão e hoje a gente vive uma coisa estranhíssima, que é uma espécie de parlamentarismo sem primeiro-ministro. Não tem um primeiro-ministro, ninguém vai ‘cair’, sabe? O Executivo está lá. Quem vai pagar o pato político é o Executivo”.
Mais à frente, Haddad disse que "a Câmara está com um poder muito grande e ela não pode usar esse poder para humilhar o Senado e o Executivo". "Mas de fato ela está com um poder que eu nunca vi na minha vida. Passei nove anos em Brasília no governo Lula, no segundo, no primeiro da Dilma e nunca vi nada parecido. Então eu penso que tem que haver uma moderação aí".
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