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    Adasa: poluição causou mancha verde no Paranoá

    Relatório divulgado pela Agência Reguladora de Águas, Energia, Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) aponta combinação de causas, naturais e provocadas pela ação humana, que resultou na proliferação de cianobactérias e na consequente interdição de 5,5% da área do Lago Paranoá para o banho e a pesca; as conclusões da investigação que reuniu técnicos de quatro instituições mostram a condição de fragilidade do corpo d’água que é o centro de uma bacia hidrográfica com 1004,7 quilômetros quadrados, ou 17% da área que abriga os 3 milhões dos habitantes do Distrito Federal    

    Relatório divulgado pela Agência Reguladora de Águas, Energia, Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) aponta combinação de causas, naturais e provocadas pela ação humana, que resultou na proliferação de cianobactérias e na consequente interdição de 5,5% da área do Lago Paranoá para o banho e a pesca; as conclusões da investigação que reuniu técnicos de quatro instituições mostram a condição de fragilidade do corpo d’água que é o centro de uma bacia hidrográfica com 1004,7 quilômetros quadrados, ou 17% da área que abriga os 3 milhões dos habitantes do Distrito Federal     (Foto: Leonardo Lucena)
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    Uma combinação de causas, naturais e provocadas pela ação humana, resultou na proliferação de cianobactérias e na consequente interdição de 5,5% da área do Lago Paranoá para o banho e a pesca. As conclusões da investigação que reuniu técnicos de quatro instituições mostram a condição de fragilidade do corpo d’água que é o centro de uma bacia hidrográfica com 1004,7 quilômetros quadrados, ou 17 % da área que abriga os 3 milhões dos habitantes do Distrito Federal.

    “Conclui-se que a proliferação de cianobactérias no lago Paranoá não está vinculada a um único fator, mas à combinação de diversos fatores naturais e provocados pelas ações humanas, e que estão intimamente relacionados com o uso e ocupação que são feitos do solo em toda a bacia do Paranoá, há muitos anos, tais como ocupações irregulares, desmatamento, impermeabilização do solo, lançamento de esgotos tratados e não tratados”, consta no relatório final da investigação.

    “Entender o que provocou o fenômeno de proliferação das cianobactérias passa por uma análise crítica de todo o histórico de ocupação da bacia”, está escrito na conclusão do documento. “Assim, ações em toda a bacia são necessárias para que o que está sendo observado este ano não se repita nos próximos anos e para que seja garantida vida longa ao lago Paranoá”, conclui o relatório que, no seu final, traz recomendações de providências para adoção pelas instituições envolvidas na conservação do Paranoá.

    Técnicos da Agência Reguladora de Águas, Energia, Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) e do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) buscaram o motivo e a origem da mancha verde com o apoio de equipes da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). As conclusões desse trabalho levam em conta laudos de exames laboratoriais e também relatórios de fiscalização em locais nos arredores da área que apresentou alta densidade de cianobactérias.

    A média história de chuvas para novembro é de 207,81 milímetros (mm) e, entre os dias 9 e 13, conforme os registros indicam, a precipitação chegou a 72,6 mm, ou 35% do total previsto para todo o mês. Esse volume concentrada em um curto período de tempo, num lago raso, com menor quantidade de água, provocou o revolvimento dos sedimentos acumulados durante anos, no fundo. Isso aumentou ainda mais a disponibilidade dos nutrientes essenciais para a cianobactérias.

    São quatro os principais afluentes do lago Paranoá – Ribeirão do Torto, Ribeirão Bananal, Ribeirão do Gama e Riacho Fundo. E, não por coincidência, foi justamente na foz desse último onde se deu a ocorrência da mancha verde. O Riacho Fundo, em comparação com os outros tributários, é aquele que entrega ao lago águas de pior qualidade, por percorrer áreas altamente urbanizadas, com mata ciliar escassa ou completamente removida.

    As chuvas fortes tiveram como consequência também a reconexão do lago com pequenas áreas de remanso onde, durante o período de estiagem, nutrientes e microrganismos se acumulam. Refeito o fluxo de água, todo essa material terminou dentro do Paranoá. A foz do Riacho Fundo serve como exemplo dessa situação. Por fim, a investigação conclui que inclusive os efluentes de barcos sem mecanismos para o armazenamento de dejetos humanos contribuiu para a ocorrência da mancha verde. Hoje, o braço do Riacho Fundo do Paranoá apresenta condição para balneabilidade.

     Recomendações: 

    - Reunião entre as instituições envolvidas para definição de ações de curto, médio e longo prazo na bacia do Paranoá

     - A realização de monitoramento e a fiscalização rotineiros para avaliação da qualidade da água do Lago Paranoá, dos afluentes, das galerias de água pluvial e do lançamento das estações de tratamento de esgoto

     - Que a Novacap e a Caesb trabalhem conjuntamente na pesquisa preventiva e corretiva de ligações clandestinas de esgoto em redes de drenagem pluvial da bacia do Lago Paranoá

     - Que a fiscalização da Caesb exija correção de ligações de esgoto nas galerias de águas pluviais, bem como do lançamento de águas pluviais nas ligações de esgoto sanitário, conforme previsto na resolução ADASA nº. 14/201

     -  A realização de estudos para avaliar a viabilidade do desassoreamento dos braços do Riacho Fundo e Bananal

     - Que a Novacap realize manutenção sistemática das galerias que fazem seus lançamentos na bacia do Lago Paranoá

     - Que a Caesb promova adaptação para, no caso de sobrecarga, minimizar a possibilidade de despejo no lago de esgoto sem processamento. E que a companhia adote medida que permita a medição do volume de esgoto que eventualmente chegue ao Paranoá sem tratamento. Por fim, que, quando isso ocorrer, a Companhia faça análises da qualidade do esgoto extravasado direto para o lago

    Ploriferação de Cianobactérias no Paranoá.

    Fonte: Adasa

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