Assessores de Bolsonaro admitem que desfile foi organizado para intimidar Judiciário e Legislativo
De acordo com auxiliares de Jair Bolsonaro, a ideia de fazer um desfile de tanques na Esplanada dos Ministérios foi para intimidar os poderes Legislativo e Judiciário, além de passar a imagem de que ele conta com o apoio das Forças Armadas. Alguns militares, no entanto, avaliaram que o evento mostrou a fraqueza do governo em um contexto de alta na reprovação
247 - Assessores de Jair Bolsonaro afirmaram que o desfile de tanques em Brasília (DF) nesta terça-feira (10) aconteceu para intimidar o Judiciário e o Legislativo. De acordo com os auxiliares, a ideia é passar a imagem de que ele conta com o apoio das Forças Armadas num momento em que ataca o Judiciário. A informação foi publicada pelo blog do Valdo Cruz. Segundo a coluna, militares da ativa avaliaram que, se o evento foi uma tentativa de fazer uma demonstração de força, mostrou a fraqueza do governo em um contexto de alta na reprovação.
Aliados de Bolsonaro discutiram a possibilidade de levar até ele o pedido para o cancelamento do evento, o que não aconteceu. Ele acompanhou o desfile na manhã desta terça e estava sem máscara de proteção contra o coronavírus. Chefes de outros poderes não compareceram ao evento, refletindo o isolamento político de Bolsonaro.
O desfile aconteceu no mesmo dia em que o Congresso vota a PEC do Voto Impresso.
Na CPI da Covid, parlamentares repudiaram a iniciativa do governo. De acordo com o senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, o evento foi uma "cena patética". "Mostra apenas uma ameaça de um fraco que sabe que perdeu", afirmou o pessedista na sessão.
Segundo o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) "retroceder àqueles tempos (de Ditadura Militar -1964-85), tanques rodeando o Supremo Tribunal Federal é absolutamente um terror". "É como se fosse um filme de terror. Isso se agrava porque não é um fato isolado", afirmou o tucano em discurso na CPI.
Outras lideranças como o ex-presidente Lula criticaram o desfile. O petista disse que Bolsonaro usa as Forças Armadas como se fosse um "objeto particular" dele.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), criticou a iniciativa de entregar um convite para Bolsonaro comparecer no dia 16 de agosto ao Campo de Instrução de Formosa (CIF), em Goiás, onde é feito anualmente, desde 1988, um grande treinamento da Marinha, a chamada Operação Formosa. É a "entrega de correspondência mais cara da história", disse o chefe do executivo maranhense no Twitter.
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