Bolsonaro discursa no 7 de setembro em Brasília sem ataques frontais ao STF ou às urnas
A campanha de Bolsonaro o pressiona a não renovar os ataques ao Supremo ou ao sistema eleitoral, já que a prática afasta eleitores
247 - Jair Bolsonaro (PL) cumpriu a expectativa e discursou para seus apoiadores que se reuniram em Brasília, a seu pedido, para acompanhar as festividades relativas ao 7 de setembro. Informações de bastidores davam conta de que a campanha de Bolsonaro temia novos arroubos autoritários do chefe do governo federal neste feriado nacional, o que poderia prejudicar ainda mais seu desempenho nas pesquisas eleitorais e nas urnas.
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Ao lado de Bolsonaro no carro de som estavam a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), o empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, e o pastor e empresário Silas Malafaia.
No discurso, Bolsonaro falou em "Deus", "pátria", "família", atacou o ex-presidente Lula (PT) - líder em todas as pesquisas eleitorais, e a esposa do petista, a socióloga Rosângela da Silva, apesar de não citá-la.
Em uma nova tentativa de arrastar o debate eleitoral para o espectro religioso, Bolsonaro se afirmou como candidato cristão e atacou pautas criticadas por segmentos religiosos. "Somos uma pátria majoritariamente cristã que não quer a liberação das drogas, legalização do aborto, que nãoa dmite a ideologia de gênero. Um país que defende a vida desde a sua concepção, que respeita as crianças na sala de aula, que respeita a propriedade privada e que combate a corrupção para valer".
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Ele estabeleceu sua disputa com Lula como uma "luta entre o bem e o mal". "Sabemos que temos pela frente uma luta do bem contra o mal. O mal que perdurou por 14 anos no nosso país, que quase quebrou a nossa pátria e que agora deseja voltar à cena do crime. Não voltarão! O povo está do nosso lado, do lado do bem. O povo sabe o que quer". O público que acompanhava o discurso, neste momento, gritou: "Lula ladrão". Vale destacar que o ex-presidente é inocente e não tem nenhuma condenação na Justiça. Ao longo dos últimos anos ele foi vítima de uma perseguição judicial. O juiz responsável, Sergio Moro (União Brasil), foi considerado parcial e incompetente.
Bolsonaro, então, afirmou que o povo pode "comparar as primeiras-damas", em referência à sua esposa, Michelle, e à esposa de Lula, Janja, para saber o que é melhor para o Brasil. "A vontade do povo se fará presente no próximo dia 2 de outubro. Vamos todos votar, vamos convencer aqueles que pensam diferente de nós. Vamos convencê-los do que é melhor para o nosso Brasil. Podemos fazer várias comparações, até entre as primeiras-damas. Não há o que discutir. Uma mulher de Deus, família e ativa na minha vida. Não é ao meu lado não, muitas vezes ela está é na minha frente. E eu tenho falado para os homens solteiros, para os solteiros que estão cansados de serem felizes. Procure uma mulher, uma princesa, se case com ela para serem mais felizes ainda". Ele, então, deu um beijo em Michelle e, incentivado pelo público, gritou repetidas vezes: "imbroxável!".
Ele afirmou que "é obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da nossa Constituição" e que, "com uma reeleição, nós traremos para dentro dessas quatro linhas todos aqueles que ousam ficar fora delas".
Na única menção que fez ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele afirmou que o povo sabe "quem é" a Corte. "O conhecimento também liberta. Hoje todos sabem quem é o Poder Executivo, todos sabem o que é a Câmara dos Deputados, o Senado e todos sabem o que é o Supremo Tribunal Federal. A voz do povo é a voz de Deus. Todos nós mudamos, todos nós nos aperfeiçoamos, todos nós poderemos ser melhores no futuro".
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