Bolsonaro nega a realidade, contesta pesquisa e acusa Datafolha de cretinice
Em sua live, Bolsonaro insinuou que o Datafolha estaria atuando de forma parcial
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro questionou nesta sexta-feira pesquisa Datafolha que apontou uma ampliação da vantagem de seu principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e considerou uma "canalhice" os dados que apontaram uma divisão do eleitorado evangélico entre os dois adversários.
Na live semanal realizada pelas redes sociais, Bolsonaro também voltou a carga de ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e acusou as medidas de combate às chamadas fake news de tentativas de levar os cidadãos a uma "prisão fora da cela".
Bolsonaro insinuou que o Datafolha estaria atuando de forma parcial.
"Será que o Datafolha está jogando, fazendo tabelinha com uma instituição por aí que diz que lá tudo é inexpugnável? O que está acontecendo?", disse o presidente, sem entrar em detalhes.
Bolsonaro também citou dado do levantamento segundo o qual os eleitores evangélicos estariam divididos entre ele e Lula. "Isso aqui não é fake news, isso é uma canalhice", disse o presidente.
Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira apontou que Lula abriu 21 pontos de vantagem sobre Bolsonaro ao registrar 48% da preferência dos eleitores, ao passo em que o atual mandatário registra 27% de intenção de voto. Pelos números apresentados, o petista alcançaria vitória ainda no primeiro turno, com 54% dos votos válidos ante 30% do atual presidente.
Na espontânea, o petista também ampliou sua liderança e é o nome citado por 38%, enquanto Bolsonaro é lembrado por 22% dos entrevistados. Segundo o Datafolha, este é o melhor índice obtido pelo pré-candidato do PT desde o início da atual série histórica do instituto.
No recorte entre os evangélicos, a pesquisa demonstrou uma divisão no eleitorado: 39% responderam que irão votar no atual presidente, enquanto 36% disseram preferir Lula. A margem de erro é de 4 pontos percentuais, se levado em conta apenas o recorte evangélico, segundo o Datafolha.
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