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    Bolsonaro só 'trabalhou' 81 minutos por dia desde que perdeu as eleições

    Foram apenas 27 compromissos oficiais em 14 dias úteis

    Se dorme com revólver, Bolsonaro não confia na guarda palaciana (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
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    Da Rede Brasil Atual – Depois de consumada a derrota eleitoral, em 30 de outubro, o atual presidente da República reduziu drasticamente sua presença nas redes sociais e abandonou as costumeiras lives das quintas-feiras. O principal servidor público do país também diminuiu o expediente no seu local de trabalho, o Palácio do Planalto. A agenda oficial da Presidência da República mostra que a carga horária total, de 31 de outubro até esta sexta-feira (18), somou 19 horas. Ou menos que metade da jornada semanal constitucional, que é de 44 horas. Na média, 81 minutos diários. Período menor que o de um jogo de futebol.

    Assim, nestes 14 dias úteis, o presidente realizou 27 compromissos oficiais, ou menos de dois por dia. A última sexta (11) foi de longe a mais movimentada, com quatro reuniões e seis horas de serviço. Já o dia 8 não teve qualquer movimentação na agenda. Hoje, por exemplo, havia apenas um item previsto: audiência com o secretário especial de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luiz Antônio Nabhan Garcia. Mas circularam informações, desmentidas, de que o presidente teria sido internado com dores abdominais.

    Em sete dos 14 dias, havia apenas um ou dois compromissos agendados. Em geral, com duração de meia hora. O levantamento exclui o dia 2 de novembro, feriado nacional, e os fins de semana. Jair Bolsonaro também demorou para se pronunciar após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Fez isso quase 48 horas depois de conhecido o resultado, e por exíguos dois minutos. Ele também decidiu não participar da reunião do G20, na Indonésia. Enquanto isso, Lula cumpre extensa agenda internacional.

    Nomeações para o próximo mandato

    Mas deixará trabalho para o sucessor. Hoje, por exemplo, saiu a nomeação do ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto para a presidência da Embratur, com mandato de quatro anos. Caberá a Lula decidir se ele será mantido no cargo, porque o presidente pode exonerar dirigentes de autarquias.

    Além disso, segundo a Agência Estado, há aproximadamente 50 indicados pelo atual presidente que podem permanecer no governo, em agências reguladoras, autarquias e conselhos. Em alguns casos, até o fim do mandato de Lula.

    Bolsonaro indicou, por exemplo, nove nomes para compor o Conselho Nacional de Educação, com mandato de quatro anos. Entre eles Elizabeth Regina Nunes Guedes, que preside a Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup) e é a irmã do ministro da Economia, Paulo Guedes. Também apresentou Ilan Goldfajn como nome brasileiro para concorrer à presidência do Bando Interamericano de Desenvolvimento (BID).

    Além disso, ainda nesta semana, saiu a nomeação do novo diretor do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, segundo maior museu de história natural do Brasil – o Museu Nacional, no Rio é o primeiro. O diretor nomeado, sem nenhuma consulta à equipe de transição, é o arquiteto Antônio Carlos Lobo Soares. Segundo especialistas, um bolsonarista sem formação acadêmica nas áreas de atuação do museu nem experiência em gestão de alto nível em instituições de pesquisa.

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