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    CPMI vai poupar as Forças Armadas e tratar militares golpistas como lobos solitários

    Tanto governistas quanto a oposição concordam em não vincular os eventuais crimes cometidos por militares ao Exército, Marinha ou Aeronáutica

    Luis Marcos dos Reis, Arthur Maia e Eliziane Gama (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

    247 - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do dia 8 de janeiro já definiu como abordará a questão dos militares envolvidos nas invasões às sedes dos três Poderes. Não será atribuída responsabilidade direta ao Exército, Marinha ou Aeronáutica. Os militares que participaram das ações golpistas serão acusados de agir por conta própria, sem influência das Forças Armadas. Esse entendimento é compartilhado tanto por membros do governo quanto pela oposição e pela liderança da CPMI. "O fato de alguns militares, pessoas físicas, terem eventualmente se envolvido com essas movimentações antidemocráticas, tem de ser separado, totalmente separado, das Forças Armadas", resume o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA). >>> Comando do Exército busca cúpula da CPMI para "preservar a instituição", "individualizar condutas" e proteger generais golpistas

    A relatora da comissão, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), afirmou que seu parecer irá apontar responsabilidades individuais, sem implicar as instituições militares. Essa decisão já está definida, mesmo que ela tenha ressaltado que as informações que constarão no relatório ainda estão em processo de análise. >>> Militares não devem criar embaraço à eventual prisão de Jair Bolsonaro

    Na última quinta-feira, ficou evidente o grau de exposição do Exército em relação ao incidente de 8 de janeiro. Naquele mesmo dia, o tenente-coronel Mauro Cid prestava depoimento perante a CPI do Distrito Federal, enquanto, no Congresso Nacional, era o sargento Luis Marcos dos Reis quem apresentava esclarecimentos. Ambos estão detidos desde maio e atuavam na Ajudância de Ordens da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). De acordo com a vontade do presidente da CPMI, é possível que sejam atribuídos crimes aos dois militares, mas sem implicar o Exército. Esse assunto foi discutido na semana passada.

    Outra situação embaraçosa para as Forças Armadas está prevista para o próximo dia 31, com o depoimento do general Gonçalves Dias, chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) no dia dos atos de vandalismo no Planalto. Ele foi captado em imagens sem reagir à invasão.

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