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    Em debate sobre cannabis, especialista fala em alucinação com 'goiabeira' e Damares se irrita (vídeo)

    "Já vi relatos de alucinação com goiabeira, mas com cannabis não", afirmou Pedro Sabaciauskis. Confira também os projetos acerca do uso medicinal da substância

    Pedro Sabaciauskis e Damares Alves (Foto: Reprodução | ABR)

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    247 - O ativista da Cannabis medicinal Pedro Sabaciauskis, presidente da associação Santa Cannabis, com sede nos estados de Santa Catarina e São Paulo, defendeu mais investimentos em pesquisas para o uso medicinal da substância e causou revolta na senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra do governo Jair Bolsonaro (PL). 

    "Ela é muito mais segura que aspirina. Já vi relatos de alucinação com goiabeira, mas com cannabis não. Das 4 mil pessoas que a gente atende, nunca tive relato de alucinação", afirmou o analista. 

    A ex-ministra de Bolsonaro respondeu ao especialista. "Assim não dá", afirmou a senadora. 

    O uso medicinal da Cannabis para tratamento de diferentes condições clínicas e enfermidades e a demanda pelo avanço regulatório foram debatidos na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) nesta quinta-feira (20). 

    Uma das matérias que trata da regulamentação é o PL 89/2023, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que institui a Política Nacional de Fornecimento Gratuito de Medicamentos Formulados de Derivado Vegetal à Base de Canabidiol.

    O PL 4.776/2019, do senador Flávio Arns (PSB-PR), aborda o do uso da planta para fins medicinais, além da produção, controle, fiscalização, prescrição, dispensação e importação de medicamentos.

    Regulação

    A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) trabalha atualmente com três possibilidades regulatórias: a importação excepcional de produtos derivados de Cannabis por pessoa física; a autorização sanitária de produtos Cannabis e o registro como medicamento.

    De acordo com diretor da Anvisa, Alex Campos, estão regularizados para uso no Brasil um medicamento específico e mais 26 produtos derivados da Cannabis. Desde 2015, mais de 180 mil processos de importação por pessoas físicas já foram autorizados.

    — É inafastável a informação de que há uma realidade regulatória que se pauta na ciência — afirmou Campos.

    Visão de profissionais 

    Médico e diretor técnico da Clínica Renasce, Renan Abdalla afirmou que a Cannabis não se resume ao canabidiol (CBD) apenas.

     — Não podemos trazer o canabidiol como uma molécula isolada. A limitação de trazer um produto com THC [delta-9-tetrahidrocanabinol] para o Brasil é muito maior. Precisamos usar o máximo que a planta nos oferece.

    A mesma posição tem o presidente da Associação Alternativa, Sandro Pozza, que tem familiar em tratamento com óleo de canabidiol. Ele enfatizou que não há como limitar o uso da planta, liberando apenas uma molécula.

    — Para cada patologia precisamos de uma canabinóide diferente.

    Pozza também reclamou que as pessoas os tratam "como se fossemos traficantes"  e "colocam no mesmo patamar o crack e a Cannabis”.

    — Não estamos dando qualidade de vida só para o paciente, mas também para a família de pessoas com patologias graves que precisam disso.

    Representante do Conselho Federal de Medicina, Emmanuel Silveira Cavalcanti declarou ser preciso entender o papel da instituição, que tem "suas ressalvas" e que responde aos danos que vier a ocorrer para a sociedade. Por isso, salientou, é preciso deixar claro que se a prescrição é oficial, haverá o controle que cabe a qualquer medicamento, mas, se houver uma prescrição compassiva, o médico pode vir a responder por possíveis consequências adversas.  

    *Com informações da Agência Senado

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