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Ex-número 2 da Segurança Pública no Distrito Federal diz que Anderson Torres viajou sem deixar diretrizes para interino

'Forças de segurança não reportaram nenhum movimento atípico', disse Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal

Fernando de Sousa Oliveira (à esq., no círculo), Anderson Torres e uma foto de bolsonaristas fazendo protestos favoráveis a um golpe no Brasil (Foto: ABR | Adriano Machado/Reuters)

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247 - Ex-secretário-executivo de Segurança Pública do Distrito Federal, Fernando de Sousa Oliveira disse à Polícia Federal (PF) que o ex-ministro da Justiça Anderson Torres deixou o Brasil sem lhe repassar "diretriz" nem apresentar aos comandantes das forças policiais e ao governador Ibaneis Rocha (MDB) um plano de ação para evitar atos golpistas em Brasília (DF). A entrevista foi publicada nesta quinta-feira (19) pelo jornal Folha de S.Paulo

Sousa Oliveira era o secretário-executivo de segurança quando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) invadiram, no último dia 8, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto em Brasília. Torres, que tinha viajado para os Estados Unidos no dia 7, era o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Ibaneis Rocha e o ex-ministro da Justiça, que foi preso no Brasil foram afastados do governo (GDF) por decisão do STF. 

"Durante o monitoramento de inteligência da madrugada do dia 7 para 8, as forças de segurança não reportaram nenhum movimento atípico até as 13:00 do domingo, inclusive com imagens de poucas pessoas na Esplanada dos Ministérios", disse Oliveira. 

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O ex-secretário-executivo disse que não teve conhecimento do plano operacional da Polícia Militar para as manifestações que ocorreriam nos dias 6, 7 e 8 de janeiro. 

Segundo Oliveira, "diante da ausência do titular da pasta, secretário Anderson, achou por bem acionar o gabinete de crise com a convocação de todos os comandantes" da segurança pública no Distrito Federal. 

Sobre os informes de inteligência, o ex-secretário-executivo disse que recebia por meio de grupos WhatsApp denominados "Difusão" e "Perímetro".

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Os grupos eram responsáveis por ajudar no envio de informações de inteligência em tempo real. De acordo com o ex-secretário-executivo, as informações de inteligência apontavam que o ambiente estava controlado e tranquilo. Ele citou os termos que constavam dos grupos: "Ânimos pacíficos", "Situação tranquila e sem alteração", "Normalidade", "Tudo normal", "Policiamento reforçado".

O advogado Rodrigo Roca, que defende Torres, informou que os esclarecimentos serão dados ao Judiciário. Na primeira tentativa de ouvi-lo, também nessa quarta (18), o ex-secretário ficou em silêncio e terá outro depoimento na manhã da próxima segunda-feira (23).

Nos últimos anos, Bolsonaro tentou fazer seus apoiadores a terem uma visão negativa do Judiciário brasileiro, que, segundo ele, atrapalhava o governo. 

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O ex-chefe do Executivo federal também defendeu a participação das Forças Armadas na apuração do resultado das eleições. Partidos de oposição denunciaram publicamente a hipótese de o bolsonarismo tentar um golpe. 

No dia 12 de janeiro, policiais federais encontraram na casa de Torres, em Brasília, um documento com estratégias para uma tentativa de golpe no País. 

Vice na chapa de Bolsonaro em 2022, o general Braga Netto liderou reuniões para discutir uma forma de mudar o resultado da eleição caso o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva ganhasse. 

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