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    General ligado a Villas Bôas atuou em compra de software espião pelo Exército, diz o filho do general Santos Cruz

    Luiz Roberto Peret foi contratado pela Verint Systems

    Villas Bôas (Foto: Marcos Oliveira)

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    247 - Um dos conselheiros fundadores do Instituto General Villas Bôas, o general Luiz Roberto Peret atuou como intermediário da empresa Verint Systems para negociar com o Exército a compra de sistemas de inteligência, entre eles, o software First Mile. O uso da tecnologia pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é investigado.

    A atuação de Peret foi relatada por Caio Santos Cruz, filho do general Santos Cruz. De acordo com informações publicadas neste sábado (13) pelo jornal Folha de S.Paulo, Peret foi contratado pela Verint Systems. Ele é general reformado do Exército. Ele se formou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 1973, mesma turma de Villas Bôas.

    Em depoimento, Caio Santos Cruz afirmou que Peret mantinha contatos de alto nível com os clientes da empresa. "[O general] foi contratado pela Suntech (Verint) para auxiliar nas negociações técnicas e comerciais de alto nível", disse Caio Santos Cruz. "[Ele] atuava nas tratativas com altos escalões, destacando que se trata de pessoa honesta". 

    O contrato na gestão Villas Bôas com a Verint intermediado por Peret foi fechado em outubro de 2018 por US$ 10,8 milhões (R$ 52,7 milhões na cotação atual). O dinheiro usado para a compra dos sistemas estava no orçamento de R$ 1,2 bilhão destinado pelo governo Michel Temer (MDB) para a intervenção federal no estado do Rio de Janeiro. 

    Caio Santos Cruz afirmou que a ferramenta foi vendida a outros órgãos públicos, e citou o antigo Departamento Penitenciário Nacional (Senappen - Secretaria Nacional de Políticas Penais), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Aeronáutica e a Marinha.

    A Senappen e a PRF negaram o uso do First Mile. A Marinha afirmou que "desenvolve a referida atividade em conformidade com a Constituição Federal e com as normas constantes no ordenamento jurídico nacional". "No que tange às declarações do sr. Caio Cesar dos Santos Cruz, a MB não se pronuncia sobre inquéritos em andamento sob segredo de justiça", declarou.

    A Aeronáutica também se negou a comentar o assunto e afirmou "que todas as atividades são desenvolvidas no estrito cumprimento de sua missão institucional e em conformidade com a Constituição Federal".

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