Gilmar: 'a maior contribuição de Bolsonaro foi devolver Moro ao nada'
"Talvez uma das suas grandes obras tê-lo trazido para o governo e depois tê-lo devolvido para o nada", disse o ministro do STF
247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes criticou Jair Bolsonaro (PL) e o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ao dizer que a maior contribuição ex-ocupante do Planalto foi tirar o parlamentar da Vara Federal de Curitiba (PR), onde o congressista julgava os processos da Operação Lava Jato em primeira instância jurídica.
"Talvez uma das suas grandes obras tê-lo trazido para o governo e depois tê-lo devolvido para o nada", afirmou o ministro do STF em entrevista à Veja. "Eu disse – ministro, 'stop'. Pare. Deixa eu lhe falar. Muita gente, amiga minha, no Congresso, diz que o senhor, os senhores, o governo têm problemas hoje. Ninguém sabe se os senhores vão sobreviver ou não, se o governo dos senhores vai avante ou não. Coloque isso na sua biografia. Ter tirado Moro de Curitiba talvez tenha sido sua maior contribuição para o Brasil".
Desde que a reeleição foi aprovada, em 1997, Bolsonaro foi o primeiro ocupante do Planalto a não se reeleger. Ele foi alvo de mais de 140 pedidos de impeachment por acusações como interferência na Polícia Federal, estímulos a atos pró-golpe e crimes relacionados à pandemia do coronavírus.
O senador Sergio Moro era juiz da Lava Jato. Após tirar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da eleição de 2018, ele aceitou ser ministro da Justiça do governo Bolsonaro. Em 2021, o parlamentar foi derrotado no Supremo Tribunal Federal, que declarou a suspeição dele nos processos contra o petista. No ano seguinte, Moro sofreu outra derrota, no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), por fraude em domicílio eleitoral, e teve de registrar a candidatura pelo estado do Paraná.
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