Governo Bolsonaro corta R$ 3,2 bilhões do Orçamento, mas mantém verbas de aliados de Ciro Nogueira
Das 41 comissões, 28 tiveram mais de 95% das emendas vetadas. Apenas as indicações de aliados do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), foram mantidas
247 - Jair Bolsonaro (PL) terá de lidar com reação no Congresso após vetar R$ 3,2 bilhões do Orçamento de 2022. Parte destes recursos cortados havia sido indicada por comissões da Câmara dos Deputados e do Senado. Apenas as indicações de aliados do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, Progressistas (PP), foram mantidas, informou o Uol.
Foi Nogueira, líder de uma parte do Centrão, que negociou as emendas no Orçamento de 2022. O Uol destaca que R$ 52,9 milhões em emendas articuladas por Davi Alcolumbre (DEM) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Apesar de tentar travar indicação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado, o senador se reaproximou do governo.
Segundo reportagem do Uol, os “padrinhos das emendas cortadas” irão pressionar pela derrubada dos vetos logo após o retorno dos trabalhos legislativos, em fevereiro. “O corte nas verbas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de quase R$ 1 bilhão, deve ser usado como pano de fundo para os parlamentares derrubarem os vetos às emendas”, diz o artigo.
Além da verba controlada por Alcolumbre, uma das verbas sancionadas foi a da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, que destinou R$ 42,97 milhões para a Fundação Getulio Vargas (FGV). O presidente da comissão, deputado Júlio Cesar (PSD), disse que a emenda atendeu a um pedido do ex-ministro Francisco Dornelles, vice-presidente da instituição e presidente de honra do Progressistas, partido de Ciro Nogueira.
As cinco comissões poupadas foram: Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso, Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara. Junto a essas, a Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado também foi privilegiada, emplacando R$ 1,7 bilhão para o reajuste de policiais federais. Das 41 comissões, 28 tiveram mais de 95% das emendas vetadas.
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