Há "indícios fortes" de que o governo e a PM do DF facilitaram a ação dos terroristas, diz Paulo Pimenta
Ministro da Secom afirmou que o governo federal trabalhará para "rapidamente" restabelecer a ordem na capital e investigará os envolvidos nas cenas vistas neste domingo
247 - Ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Lula (PT), Paulo Pimenta afirmou à TV 247 haver "indícios fortes" de que tanto o governo do Distrito Federal, comandado por Ibaneis Rocha (MDB), quanto a Polícia Militar local "facilitaram" a ação dos terroristas bolsonaristas.
Neste domingo (8), bolsonaristas golpistas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Pimenta disse ser preciso ainda apurar os fatos, mas falou em "indícios fortes" de conivência por parte das autoridades do DF. "É um episódio que ainda está em curso. Portanto, naturalmente terão que ser feitos vários balanços para a identificação de responsabilidades, para que a gente possa saber de fato tudo que aconteceu. Mas os indícios são muito fortes de que houve um processo facilitado, de conivência, que possibilitou que os terroristas pudessem chegar até a sede dos Três Poderes. Nós temos o GSI, a Polícia Federal, a Abin, os órgãos de inteligência do Distrito Federal, do Exército. Naturalmente deve existir informes, relatos desses órgãos de segurança que foram compartilhados entre eles nos últimos dias, e isso com certeza será feito para que nós possamos entender por que as coisas chegaram ao ponto que chegaram".
"Mais uma vez se criou a expectativa de que a polícia do DF teria condições de conter os manifestantes para que eles não ingressassem na Esplanada, mas as imagens mostram que não só não tenham contido como tenham facilitado a entrada dessas pessoas até a área da Praça dos Três Poderes", complementou mais à frente.
Pimenta também criticou a decisão de Ibaneis Rocha de nomear para a secretaria de segurança pública do DF o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres, que agora foi exonerado e é alvo de um pedido de prisão por parte da Advocacia-Geral da União (AGU). "O presidente Lula decretou essa intervenção na área da segurança pública do Distrito Federal. Todos nós em diferentes situações já havíamos manifestado preocupação com o fato de o ministro da Justiça do Bolsonaro, alguém publicamente partidário, simpatizante dos atos antidemocráticos, ter sido conduzido à posição de secretário de segurança. Quando ocorreram aqueles episódios no dia da diplomação, no dia 12, eu mesmo falei com o governador e disse que na minha opinião ele estava trazendo para ele uma enorme responsabilidade. O sinal que estava sendo dado para a Polícia Militar, para a Polícia Civil, quando ele colocou um bolsonarista como secretário de segurança foi: nós teremos na secretaria de segurança um dos nossos. Foi essa, inclusive, a expressão que eu usei. O fato de não ter tido nenhuma prisão naquela noite, a sensação de impunidade permitiu que as coisas evoluíssem".
O governo Lula, segundo Pimenta, vai trabalhar para restabelecer a ordem na capital federal e, na sequência, buscará responsabilizar os responsáveis pelas cenas vistas neste domingo em Brasília. "Vamos agora fazer duas coisas: a primeira é trabalhar rapidamente para restabelecer a normalidade; e nós vamos fazer um procedimento para que todas as pessoas envolvidas nesse episódio, os financiadores, os organizadores, aqueles que replicaram nas suas redes sociais incentivos para que esses atos criminosos acontecessem, sejam devidamente identificados e respondam criminalmente pelos atos que cometeram".
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