Lindbergh recorda: 'inflação dos alimentos nos domicílios brasileiros foi mais de 56% durante o governo Bolsonaro'
O líder do PT citou alguns dados estatísticos para defender a gestão do presidente Lula
247 - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), criticou aliados de Jair Bolsonaro (PL) nesta quarta-feira (12). O parlamentar comentou sobre os preços dos alimentos, que, junto com bebidas, representaram a segunda maior alta (0,96%) no mês passado entre os produtos pesquisados na lista divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O custo de produtos alimentícios aumentou 8% em 2024 e é usado pela oposição ao presidente Lula (PT) no Congresso para tentar desestabilizar o governo.
“Nunca vi tanta mentira de uma vez só! Os senhores acham que Bolsonaro e sua turma podem falar de inflação de alimentos? Senhores, em 4 anos, os alimentos no Governo Bolsonaro subiram 57%! Nos 2 primeiros anos, 27%! Nos 2 últimos anos, 21%! São números oficiais, queridos! IBGE. Podem ir lá! Querem mais? Último ano de Bolsonaro, 2022: a inflação de alimentos foi para 13,2%. Sabem como foi no primeiro ano de Lula? Deflação! Saiu de 13% para menos de 0,52%”, afirmou Lindbergh.
Divulgado neste mês de fevereiro, um estudo comparativo do IBGE, compilado pelo economista Sandro Silva, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostrou que, no governo Bolsonaro (2019-2022), a inflação acumulada foi de 27%. O grupo Alimentos e Bebidas atingiu 56% nas casas e 25% fora do domicílio.
Nos dois anos do terceiro mandato de Lula, o acumulado é de 9,67%, a alimentação no domicílio foi 7,6% e a fora do domicílio ficou em 11,9% (veja na tabela abaixo).

Em janeiro, os alimentos registraram alta de 0,96% no preço. A inflação em geral teve (0,16%) o menor resultado para um mês de janeiro desde 1994, antes do Plano Real, iniciado em julho daquele ano. Em dezembro de 2024, o IPCA foi de 0,52%. A desaceleração não significa queda dos preços, mas sim que, na média, eles aumentaram em menor velocidade. No acumulado de 12 meses, o IPCA foi de 4,56%, acima da meta do governo. Em dezembro, o acumulado era de 4,83%. O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu 3% como meta inflacionária, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, um intervalo de 1,5% a 4,5%.
O deputado Lindbergh Farias mencionou alguns fatores que levaram à subida nos preços dos alimentos. “Agora houve inflação de alimentos de 8%, por vários motivos: primeiro, a tragédia do Rio Grande do Sul — vocês sabem que o Rio Grande do Sul é um grande produtor rural, o maior produtor de arroz do país; segundo, a seca; terceiro, o câmbio — o dólar subiu. Só que, ao contrário deles — vocês devem se lembrar da época deles, essa turma não tem moral, da fila do osso — o Presidente Lula foi atrás disso, Patrus Ananias”, escreveu o deputado.
“E sabe o que ele fez? Um programa com juros quase zero para produtores de arroz e de feijão. Nós vamos ter uma safra agrícola recorde! Sabe quanto vai aumentar a produção de arroz este ano? Quase 14%. A produção de feijão este ano? Quase 5%. Os preços vão cair! Essa é a verdade.”
O deputado mencionou outros dados. “Havia 33 milhões de brasileiros no Mapa da Fome, só no governo deles. E o critério é um critério da ONU: a insegurança alimentar grave. O que isso quer dizer? Que a pessoa não tem certeza de que vai comer no outro dia. Havia 33 milhões. Em 2 anos, nós retiramos 24 milhões de pessoas dessa situação, e o Brasil saiu do Mapa da Fome. Essa é a verdade. Os opositores ficam nervosos. Essa é a verdade.”
A edição 2024 do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial (SOFI 2024) mostrou que a insegurança alimentar severa caiu 85% no Brasil em 2023. Em números absolutos, 14,7 milhões deixaram de passar fome no país. A insegurança alimentar severa, que afligia 17,2 milhões de brasileiros em 2022, caiu para 2,5 milhões. Percentualmente, a queda foi de 8% para 1,2% da população.
Em junho de 2022, números levantados pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) apontaram que mais de 33 milhões de pessoas estavam em situação de insegurança alimentar grave no Brasil.
Picanha e combustível
O líder do PT continuou sua análise. “Eu vou dizer mais para essa turma. Essa turma gosta de falar de picanha, não gosta? Querem ver os números? Contestem-me com números, não com gritaria, não com espetáculo. Sabem qual foi o aumento da picanha — estou falando de picanha — em 4 anos do governo Bolsonaro? 37,99%, média de 11,33%”, disse.
“Somando os 2 anos, houve uma deflação de menos de 2,88%, porque, em 2023, a picanha caiu 10,69%. Este ano, a picanha subiu, sim, subiu 8,74%, porque houve um aumento de 30% nas exportações. O dólar estava lá em cima. Mas o Presidente Lula não para de procurar encaminhamentos para que esse preço baixe”, afirmou. "Vamos falar de combustíveis. O diesel, em 4 anos de governo Bolsonaro, teve aumento de 114%. Havia o PPI, Paridade do Preço Internacional. Houve 80 aumentos no governo do Bolsonaro. Sabem o que aconteceu com o diesel em 2 anos de Lula, apesar de ter ocorrido esse aumento agora? Deflação de 13,9%, e só um aumento. O gás de cozinha, que sempre foi uma preocupação de Lula, teve uma redução de 16%. Isso acontece em todas as áreas.”
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