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    Lula pede "moderação" a aliados em falas sobre inquérito do golpe

    Objetivo é evitar amplificar a narrativa de que o processo seja uma "perseguição política" a Jair Bolsonaro e seus apoiadores

    Presidente Luiz Inácio Lula da Silva 07/09/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

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    247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem solicitado a seus ministros e aliados que adotem "moderação" ao comentar o relatório final da Polícia Federal (PF) que indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas por tentativa de golpe de Estado. A apuração, que foi concluída pela PF e encaminhada à Procuradoria-Geral da República (PGR), pode resultar em uma denúncia formal contra os alvos da investigação.

    A estratégia do presidente é evitar que se amplifique a narrativa de que o processo seja uma "perseguição política" ao grupo de Bolsonaro. Embora Lula não tenha imposto uma proibição absoluta para que seus ministros comentem os indiciamentos, ele tem aconselhado "sobriedade" nas declarações, destaca o g1, citando a GloboNews. O governo tem seguido esse conselho, fazendo comentários mais comedidos e evitando o tom de confronto.

    Nos bastidores, o silêncio também predomina nos grupos de WhatsApp de políticos do PL, apesar de alguns membros da legenda tentarem desqualificar o relatório da PF, alegando que as conclusões são baseadas em narrativas sem provas concretas contra Bolsonaro. Em contrapartida, alguns membros do partido têm expressado preocupação com a decisão do ex-presidente de conceder uma entrevista justamente na véspera da divulgação do relatório, considerando-a um "erro".

    Além de Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa, Braga Netto, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do estado democrático, golpe de Estado e organização criminosa.

    Internamente, aliados de Valdemar Costa Neto têm sugerido que Bolsonaro deveria se manter em silêncio sobre o caso, considerando que declarações precipitadas poderiam fortalecer a narrativa da oposição. 

    A tensão também está presente no Exército, que vê com apreensão as revelações do envolvimento de militares na trama golpista, gerando constrangimento e um "arranhão" na imagem da instituição. O Exército, no entanto, quer deixar claro que, apesar do envolvimento de algumas patentes altas, a instituição em si não apoiou o plano de ruptura democrática.

    Embora ainda não tenha se manifestado oficialmente, o Exército espera acompanhar o andamento do processo no Supremo Tribunal Federal (STF) antes de emitir qualquer posicionamento. A situação reflete uma crescente preocupação com o crescente envolvimento militar na política, um fenômeno que tem sido alvo de críticas dentro e fora do governo Lula.

     No Congresso, tramita uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa restringir a atuação de militares da ativa na política, embora o texto não tenha consenso entre os integrantes do governo.

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