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    Maia critica visita de Pompeo ao Brasil: "não condiz com boa prática diplomática internacional"

    O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, chegou a Boa Vista nesta sexta-feira para se encontrar com o ministro das Relações Exteriores

    Rodrigo Maia e Mike Pompeo (Foto: ABr | Reuters)

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    BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira que a visita do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, a local próximo da fronteira com a Venezuela não condiz com a “boa prática diplomática” e afronta a herança de autonomia da política externa e de defesa do Brasil.

    Para o presidente da Câmara, a presença de Pompeo em instalações de operação de acolhimento a migrantes venezuelanos em Roraima afronta a herança da diplomacia brasileira de “altivez” e convívio pacífico com os países vizinhos.

    “A visita do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, nesta sexta-feira, às instalações da Operação Acolhida, em Roraima, junto à fronteira com a Venezuela, no momento em que faltam apenas 46 dias para a eleição presidencial norte-americana, não condiz com a boa prática diplomática internacional e afronta as tradições de autonomia e altivez de nossas políticas externa e de defesa”, disse Maia em nota.

    O deputado afirmou ter a obrigação, como presidente da Câmara, de reiterar os princípios listados pela Constituição que orientam as relações internacionais do país, como a independência nacional, a autodeterminação dos povos, a não-intervenção e a defesa da paz.

    “Patrono da diplomacia brasileira, o Barão do Rio Branco deixou-nos um legado de estabilidade em nossas fronteiras e de convívio pacífico e respeitoso com nossos vizinhos na América do Sul. Semelhante herança deve ser preservada com zelo e atenção, uma vez que constitui um dos pilares da soberania nacional e verdadeiro esteio de nossa política de defesa”, defendeu Maia, na nota.

    Brasil e Estados Unidos estão entre os países que reconhecem líder de oposição Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela e não o presidente Nicolás Maduro.

    Dezenas de milhares de venezuelanos cruzaram a fronteira do Estado brasileiro de Roraima nos últimos anos, fugindo da turbulência econômica e política em seu país.

    A economia da Venezuela tem estado em declínio e há ondas periódicas de protestos contra o governo Maduro, de esquerda.

    O governo de Roraima declarou o fluxo de imigração como uma crise social e pediu ao governo federal do Brasil para fechar a fronteira, o que não ocorreu por razões humanitárias.

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