Michelle aparece em rede nacional de TV em crime eleitoral do governo Bolsonaro
A primeira-dama apareceu ao lado da ministra dos Direitos Humanos e mandou “um abraço especial a todas as mães deste país, quilombolas, indígenas”
247 - Jair Bolsonaro pode ter cometido crime eleitoral ao colocar a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, em um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV para transmitir uma mensagem de Dia das Mães e aproveitar para anunciar programas de governo para as mulheres, eleitorado em que o pré-candidato à reeleição vai de mal a pior, segundo as pesquisas.
Michelle apareceu ao lado da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Rodrigues Brito, e mandou um “um abraço especial a todas as mães deste país, quilombolas, indígenas”, o que parece soar até como deboche depois de tantas agressões do atual governo contra as populações indígenas.
De acordo com o decreto 84.181 de 1979, a rede nacional de rádio e TV só pode ser convocada para pronunciamentos dos chefes dos Três Poderes, ou de ministros de Estado autorizados pelo presidente da República. A lei não autoriza pronunciamento de terceiros, lembrou no Twitter o repórter de Brasília Renato Souza, do portal R7.
No vídeo, Michelle disse que o governo federal tem implementado diversas ações que beneficiam as mães. As mulheres, que chefiam de quatro a cada dez lares brasileiros, estão entre os grupos mais afetados pela crise econômica.
Bolsonaro e o eleitorado feminino
Em 2018, a candidatura de Jair Bolsonaro recebeu bem menos apoio do eleitorado feminino do que qualquer outro candidato a presidente. Na disputa à reeleição, o cenário não é diferente. Uma ferramenta de agregação de pesquisas do Portal Jota aponta que as mulheres, que representam 53% do eleitorado e proporcionalmente votam mais que os homens, apoiam menos o atual governo.
Segundo números divulgados em março, 20% das mulheres avaliam o trabalho de Bolsonaro como positivo, atribuindo conceitos de ótimo ou bom nas pesquisas, contra 31% no público masculino. A diferença entre os dois grupos é, portanto, de 10 pontos percentuais.
Considerando o intervalo de credibilidade de 95% calculado pelo modelo, a parcela de mulheres que aprovam o trabalho do mandatário está entre 19% e 22%. Já a parcela de homens que também aprovam o governo está entre 29% e 33%.
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