Militares indiciados no inquérito do plano golpista receberam R$ 2 milhões após mudança de regras no governo Bolsonaro
A maioria dos valores foi recebida depois de os oficiais passarem para a reserva, mostraram números com base em dados no Portal da Transparência
247 - Sete militares de alta patente, indiciados no inquérito da Polícia Federal (PF) sobre o plano golpista, receberam mais de R$ 2,2 milhões em verbas indenizatórias nas Forças Armadas durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2023). A maioria dos valores foi recebida no momento ou pouco tempo depois de os oficiais passarem para a reserva. O levantamento foi realizado com base em dados disponíveis no Portal da Transparência.
Conforme o art. 8º da Lei nº 8.237 (1991), "indenizações são parcelas remuneratórias regulares ou eventuais, devidas ao militar, para compensar despesas realizadas em decorrência do exercício de suas funções".
Os militares beneficiados com as verbas foram o general Mário Fernandes, Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Paulo Sérgio de Nogueira de Oliveira (ex-ministro da Defesa), o general Estevam Theophilo Gaspar, o coronel Cleverson Magalhães, o coronel Carlos Giovani Pasini e Walter Braga Netto. Os números foram publicados na coluna de Lauro Jardim.
Membro do partido PL, Bolsonaro também foi um dos indiciados pela PF. Ele já tinha se tornado inelegível atualmente após decisão do TSE em 2023 por declarações de cunho golpista.
No governo bolsonarista, o general Mário Fernandes, que, segundo a PF, foi um dos idealizadores do plano para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, recebeu R$ 421,9 mil (R$ 262,4 mil em agosto de 2020 por ter ido para a reserva e R$ 159,5 mil em verbas indenizatórias em junho de 2021).
O ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, recebeu R$ 364,3 mil (R$ 265,1 mil de indenização em 2021 e mais R$ 99,4 mil em 2023). Já Paulo Sérgio de Nogueira de Oliveira contabilizou indenizações que, somadas, chegam a R$ 300 mil, apenas em maio de 2021.
O general Estevam Theophilo Gaspar obteve R$ 776,3 mil (R$ 381,4 mil em 2023 referentes à indenização por ter ido para a reserva e mais R$ 394 mil em janeiro de 2024 como “verbas indenizatórias”).
O coronel Cleverson Magalhães recebeu R$ 288,8 mil ao passar para a reserva em novembro de 2023. O coronel Carlos Giovani Pasini embolsou R$ 222,6 mil em indenizações ao se aposentar em fevereiro de 2023. Por sua vez, Braga Netto acumulou R$ 926 mil em apenas dois meses, somando indenizações, salários e férias não gozadas.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: