Ministro da Casa Civil, Rui Costa depõe à CPI do MST
Requerimento para convocar o ministro foi apresentado pelo relator da comissão, o bolsonarista Ricardo Salles. Ida de Rui Costa é vista como um revés para o governo Lula
247 - O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), deverá prestar depoimento perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) nesta quarta-feira (9). O ministro será inquirido pelos membros do comitê acerca das atividades do MST na Bahia durante seu mandato como governador do estado, de 2015 a 2022.
O requerimento para convocar o ministro foi apresentado pelo relator da comissão, o deputado e ex-ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PL), Ricardo Salles (PL-SP). No documento, Salles alega que Rui não tomou medidas para "impedir invasões de terras nem para assegurar o direito de propriedade", relata o Estado de S. Paulo. O relator declarou que o governo federal demonstra "conivência com as invasões promovidas pelo MST" e pretende questionar a relação entre o Palácio do Planalto e o grupo durante a sessão de quarta-feira.
O testemunho de Rui Costa é aguardado pela oposição ao governo Lula desde maio, quando a CPI foi instaurada. A motivação para convocar Rui foi similar à utilizada para convocar o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Edson Gonçalves Dias, que prestou depoimento na terça-feira passada. Salles argumentou em 1º de agosto, quando a convocação do ministro da Casa Civil foi aprovada, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitora as atividades de grupos de sem-terra e, durante o governo Lula, estava subordinada tanto ao GSI quanto à Casa Civil.
Rui Costa também enfrentará questionamentos sobre acusações feitas por três ex-membros do MST no extremo sul da Bahia, que foram ouvidos pela CPI na terça-feira (8). Esses depoentes alegaram que o governo estadual, sob a liderança de Rui Costa, falhou em protegê-los durante conflitos internos que ameaçaram sua segurança. A convocação de Rui Costa é interpretada como um revés para o governo Lula.
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