Minuta do golpe encontrada no celular de Mauro Cid previa estado de sítio 'dentro das quatro linhas' da Constituição
O termo "dentro das quatro linhas" era usado por Jair Bolsonaro em declarações públicas
247 - A minuta para um golpe de Estado no País com a decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) encontrada no celular do tenente-coronel Mauro Cid previa estado de sítio "dentro das quatro linhas" da Constituição. O militar foi ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), que usava o termo em declarações públicas. A nova informação sobre o documento foi publicada nesta sexta-feira (16) pelo blog de Andréia Sadi.
Policiais federais apuram quais militares e políticos estão envolvidos com tentativas de golpe. Em uma conversa, Márcio Resende, por exemplo, defendeu que Bolsonaro acionasse o artigo 142 da Constituição (veja um trecho do diálogo na foto). Outro bolsonarista, Mauro Cid, citou o jurista Ives Gandra com o objetivo de reforçar argumentos para uma ruptura institucional, mas o próprio estudioso havia dito, em 2021 no Conjur, que, se houver crise entre os três poderes, as Forças Armadas podem "convocadas para garantir a lei a ordem, e não para rompê-las".
Veja um trecho da minuta encontrada com Mauro Cid: "diante de todo o exposto e para assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas, com base em disposições expressas em disposições expressas da Constituição Federal de 1988, declaro o Estado de Sítio e, como ato contínuo, decreto Operação de Garantia da Lei e da Ordem".
O coronel também trocou mensagens com o ex-subchefe do Estado Maior do Exército Jean Lawand Junior. Esposa do tenente, Gabriela Cid sugeriu que Bolsonaro deu uma orientação para para que acontecesse uma conversa entre seus aliados e caminhoneiros, com o objetivo de convencer os motoristas a invadirem Brasília (DF) em protesto contra o resultado das eleições vencidas pelo atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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