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    Na posse do novo PGR, Lula cobra Ministério Público contra denúncias midiáticas e acusações levianas

    "Houve um momento em que aqui neste país as denúncias das manchetes de jornais falaram mais alto do que os autos dos processos", afirmou o presidente ao lembrar da Lava Jato

    Luiz Inácio Lula da Silva e Paulo Gonet (Foto: Ricardo Stuckert)

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    247 - O presidente Lula (PT) participou nesta segunda-feira (18) em Brasília da cerimônia de posse do novo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Em seu discurso, Lula lembrou o passado recente do Ministério Público, com a Lava Jato, apesar de não ter citado nominalmente a operação: "houve um momento em que aqui neste país as denúncias das manchetes de jornais falaram mais alto do que os autos dos processos".

    "O Ministério Público é uma instituição tão grande que nenhum procurador tem o direito de brincar com ela. O Ministério Público é de tamanha relevância para a sociedade brasileira e para o processo democrático desse país que um procurador não pode se submeter a um presidente da República, a um presidente da Câmara, a um presidente do Senado, mas também não pode se submeter à manchete de nenhum jornal ou canal de televisão. A única coisa que eu peço a você, em nome do que você representará daqui para frente na história desse país, é que você só tenha uma preocupação: fazer com que a verdade, e somente a verdade, prevaleça acima de quaisquer outros interesses. Trabalhe com aquilo que o povo brasileiro espera do Ministério Público", declarou o presidente.

    Na sequência, ele pediu rigor na apuração por parte do MPF antes da formalização das denúncias. "As acusações levianas não fortalecem a democracia, não fortalecem as instituições. Muitas vezes se destrói uma pessoa antes de dar a ela a chance de se defender. E quando é provado que as pessoas são inocentes, essas pessoas não são reconhecidas publicamente. Então é importante que o Ministério Público recupere aquilo que foi a razão pela qual os constituintes enalteceram o Ministério Público: garantir a liberdade, a democracia, a verdade, não permitir que nenhuma denúncia seja publicizada antes de saber se é verdade, porque se não as pessoas serão condenadas previamente. Muita gente não tem condições sequer de serem absolvidas. Eu prezo muito por isso. Houve um momento em que aqui neste país as denúncias das manchetes de jornais falaram mais alto do que os autos dos processos. Muitas vezes. E quando isso acontece, se negando a política, o que vem depois é sempre pior do que a política. Não existe possibilidade de o Ministério Público achar que todo político é corrupto”.

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