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    Novo governo Lula já negocia com Congresso isenção de Imposto de Renda prometido na campanha

    O presidente da Câmara, Arthur Lira, teria liberado a votação da correção da tabela do IR ainda neste ano

    Luiz Inácio Lula da Silva, Arthur Lira (de máscara), dinheiro e a Câmara dos Deputados (Foto: Reuters | ABR)

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    247 - A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negocia com o Congresso Nacional a aprovação da nova faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) neste ano para começar a valer a partir de 2023. Atualmente, a isenção vale para pessoas que ganham R$ 1.900, mas há propostas em discussão que chegam a R$ 5 mil.

    Em reunião com líderes, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), liberou a votação da correção da tabela do IR neste ano.

    Leia abaixo a reportagem da Reuters:

    Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito

    BRASÍLIA - A PEC para criar uma excepcionalidade ao teto de gastos e adequar o Orçamento do ano que vem para o próximo governo vai contemplar as promessas do presidente eleito, como a manutenção dos 600 reais do Auxílio Brasil e o reajuste real do salário mínimo, e procurar cobrir furos já existentes, como a não correção de valores da merenda escolar.

    A definição sobre os valores embutidos na Proposta de Emenda à Constituição vai ficar para a próxima semana, disse o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), após participar de uma reunião com o relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), parlamentares e membros da equipe de transição.

    Em entrevista à Reuters nesta semana, Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e um dos conselheiros de Lula, disse que o incremento fora do teto poderá superar 200 bilhões de reais.

    O governo de transição e o Congresso terão de correr contra o tempo para aprovar essa nova reengenharia orçamentária até meados de dezembro.
    Um dos participantes da equipe de transição, o senador eleito Wellington Dias (PT-PI) destacou que a PEC depende de um entendimento com o Congresso Nacional e que há boa vontade para isso.

    A ideia, segundo Dias, escalado para articular com o Congresso o Orçamento para o próximo ano, é que tanto a PEC quanto a Lei Orçamentária Anual estejam redondas para votação "na primeira, segunda semana de dezembro".

    Alckmin afirmou que na segunda-feira haverá uma reunião com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para definir os números. Ele também disse que o presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Celso Sabino (União-PA), e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), serão procurados para conversar sobre a PEC.

    "Na próxima terça vamos nos encontrar novamente para detalhar as necessidades para a PEC", disse.

    Envolvido nas negociações, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou que a ideia é protocolar a PEC já na terça-feira, que a discussão do valor começará agora e que tudo será submetido a Lula. Após essa aprovação, as mudanças vão constar do relatório sobre o Orçamento de 2023.

    PROMESSAS

    Na entrevista, Alckmin destacou que o objetivo da aprovação da PEC é garantir que não haja a interrupção do pagamento de 600 reais do Auxílio Brasil --benefício que voltará a ser chamado de Bolsa Família-- nem a paralisação de serviços e obras públicas.

    Lula também tem prometido um adicional de 150 reais por filhos até 6 anos para as famílias beneficiárias do programa. Segundo estimativa de Castro, a manutenção do valor de 600 reais mais o extra por crianças custaria cerca de 70 bilhões de reais. Na campanha, o petista prometeu ainda isenção de Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais por mês.

    Em pronunciamentos antes e depois da reunião, o relator-geral do Orçamento disse que a peça é a mais restritiva da história e já foi enviada com um déficit de 65 bilhões de reais.

    Castro destacou que, além de se buscar contemplar as promessas do presidente eleito, há alguns furos e deficiências no Orçamento de 2023 que precisam ser resolvidos.

    O senador disse, por exemplo, que a proposta não prevê a correção dos valores dos recursos da merenda escolar, não há previsão de verba para o programa Farmácia Popular e ainda houve corte de recursos da saúde indígena, na compra de medicamentos imunobiológicos e de vacinas.

    Integrantes da equipe de transição se reúnem ainda nesta quinta com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

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