Pimenta revela: foi Temer quem procurou Bolsonaro em 9 de setembro
De acordo com relato do deputado à TV 247, o ex-presidente Michel Temer recebeu a informação de que “o Alexandre de Moraes estava estudando a possibilidade concreta de determinar a prisão de várias pessoas pelos atos antidemocráticos, entre elas o ‘Carluxo’”. Assista
247 - O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que na última semana revelou que o recuo de Jair Bolsonaro após o 7 de setembro se deu pelo medo de que seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), fosse preso, além de ter sido também uma exigência do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, contou à TV 247 mais detalhes sobre o episódio.
Segundo o parlamentar, após os atos golpistas de 7 de setembro convocados por Bolsonaro para atacar o STF, o ex-presidente Michel Temer recebeu a informação de que “o Alexandre de Moraes estava estudando a possibilidade concreta de determinar a prisão de várias pessoas pelos atos antidemocráticos, entre elas o ‘Carluxo’”.
Diante da informação, relata Pimenta, “assustado com a possível repercussão, o Temer ligou para o Bolsonaro e disse: ‘presidente Bolsonaro, está acontecendo isso. Se não foi feito nada para estancar, seu filho vai para a cadeia’. E o Bolsonaro, às pressas, mandou um avião da FAB para São Paulo buscar o Temer, com dinheiro público”.
Temer chegou a Brasília, de acordo com o deputado, já com a proposta da carta de pedido de desculpas, que posteriormente foi assinada por Bolsonaro e divulgada pelo governo federal. “O Temer já chegou lá com uma proposta de carta. Ligaram para o Alexandre de Moraes para fazer o pedido de desculpa. O Bolsonaro ouviu que não adiantava fazer um pedido de desculpas pelo telefone, privado. O pedido que ele precisava fazer era ao país, ao STF”.
Bolsonaro assim fez e, ainda na conversa com o ministro, “assumiu o compromisso de que não faria mais nenhuma crítica, não atacaria mais o [ministro do STF Luís Roberto] Barroso e nem o Alexandre de Moraes”. Pimenta então destacou o efeito da promessa: “o Bolsonaro elogiou até a urna eletrônica na Veja”.
Além disso, contou o parlamentar, “o Bolsonaro prometeu que o Carluxo iria se retirar do ar” e ‘reconheceu que ele estava muito nervoso, pressionado, que falou no calor da emoção lá da Paulista, com a voz embargada, desesperado. Jurou que seria uma outra pessoa”.
O chefe do governo federal, ainda segundo o parlamentar, “pediu para ir pessoalmente falar com o Alexandre de Moraes, que não quis recebê-lo”. Ele então “perguntou se podia mandar o ministro da Justiça levar em mãos a carta”, e teve um sinal positivo por parte de Moraes. Por fim, o ministro da Justiça foi levado pela FAB à casa de Moraes para entregar a carta.
“O conjunto de fatos, os detalhes, falam por si só. [Bolsonaro] é um desmoralizado, um covarde. Não adianta querer passar perfume em porco. É um desmoralizado, recuou por medo. Os crimes são tantos, as denúncias são tantas, os fatos são tantos que o fato de não ter sido pedida a prisão naquele dia não quer dizer que em outro dia não vai ser”, concluiu Pimenta.
Temer diz que tudo é uma "mentira absoluta'
Em entrevista à Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o ex-presidente disse que o relato de Pimenta é uma “mentira absoluta”. Temer declarou que durante todo o episódio “não houve uma única palavra sobre qualquer filho do presidente, absolutamente nada”.
Pimenta, então, recomendou que a jornalista fizesse algumas perguntas a Temer, porque a versão do ex-presidente “não tem pé nem cabeça”. “Quem foi que ligou para o senhor pedindo para o senhor ligar para o Bolsonaro? Por que o senhor resolveu ligar para o Bolsonaro? Do nada? Qual foi o argumento que o senhor utilizou para sensibilizar o presidente Bolsonaro? Por que o Bolsonaro, no meio do telefonema, resolveu mandar um avião da FAB buscar o senhor em São Paulo? Por que, chegando em Brasília, o senhor já chegou com uma proposta de carta, que o senhor escreveu e o Bolsonaro assinou, pedindo desculpas? Por que ligaram para o Alexandre de Moraes? Por qual razão o ministro da Justiça foi convocado às pressas e um avião da FAB o levou no mesmo dia [a São Paulo para casa do Alexandre de Moraes?”
“Segundo o Temer, tudo isso aconteceu por acaso, não teve nenhuma motivação”, ironizou o deputado.
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