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    Porta-voz passa por momento constrangedor ao tentar dizer que Glenn cometeu crime; assista

    O porta-voz da presidência da República, Otávio Rêgo Barros, não conseguiu apresentar que crime pode ter sido cometido pelo jornalista Glenn Greenwald, editor do Intercept, ao tentar defender Jair Bolsonaro de mais uma de suas declarações sem nexo, que atentam contra a democracia no Brasil

    Porta-voz da presidência da República, Otávio Rêgo Barros (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

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    247 – O porta-voz da presidência da República, Otávio Rêgo Barros, não conseguiu apresentar que crime pode ter sido cometido pelo jornalista Glenn Greenwald, editor do Intercept, ao tentar defender Jair Bolsonaro de mais uma de suas declarações sem nexo. Veja como foi o diálogo, o vídeo e também reportagem da Agência Brasil:

    Jornalista: qual é o crime que o jornalista cometeu?

    Porta-voz: um crime 

    Jornalista: tá, mas qual crime?

    Porta-voz: mas alguém tem dúvida que teve crime? 

    Jornalista: mas qual? 

    Porta-voz: qual o que? 

    Jornalista: crime 

    Porta-voz: teve sim 

    Jornalista: mas 

    Porta-voz: próxima pergunta

    O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, disse hoje (29) que Jair Bolsonaro expressou uma opinião pessoal sobre o desaparecimento do advogado Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. Mais cedo, durante uma live no Facebook, Bolsonaro disse que Fernando Santa Cruz, que era militante de esquerda durante o regime militar (1964-1985), foi morto por integrantes da Ação Popular, um grupo de luta armada contra o regime e não pelas Forças Armadas.

    "Como ele disse na live, ele fez contato com algumas pessoas na ocasião, conheceu do tema, na ocasião, e foi a partir desse contato que ele expressou a sua opinião", disse Rêgo Barros. 

    Relatório da CNV

    Segundo o relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), o ex-delegado do DOPS/ES, Cláudio Guerra disse, em depoimento dado no dia 23 de julho de 2014, que o corpo de Fernando Santa Cruz foi transportado da chamada Casa da Morte, um centro clandestino de tortura e assassinato criado pelos órgãos de governo durante o regime militar, localizado em Petrópolis (RJ), para a Usina Cambahyba, no norte fluminense, local onde teria sido incinerado, junto com corpos de outros militantes políticos contrários ao regime.

    Ainda segundo o relatório da CNV, Fernando de Santa Cruz e Eduardo Collier Filho, ambos militantes da APML [Ação Popular Leninista-Marxista], foram
    presos por agentes do DOI-CODI/RJ em 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro. Os órgãos oficiais do regime alegaram, segundo a comissão, que ambos os militantes políticos se encontravam foragidos e jamais admitiram suas prisões.

    Perguntado por jornalistas se o presidente da República estaria contestando a versão oficial sobre o episódio, contida no relatório da CNV, Otávio Rêgo Barros repetiu que a posição de Bolsonaro já havia sido explicitada. "O presidente, sobre esse assunto, já se expressou na saída do Palácio do Alvorada, hoje pela manhã, incluindo a presença dos senhores jornalistas e, posteriormente, a complementou em uma live em rede social à tarde".

    Santa Cruz vai ao STF

    No final da tarde, a assessoria da OAB informou que o presidente da entidade vai interpelar Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) "para que o presidente esclareça as informações que diz ter sobre a morte de seu pai, reconhecido como desaparecido. As circunstâncias do seu desaparecimento nunca foram esclarecidas pelo Estado".

    Pelo Twitter, Felipe Santa Cruz criticou Bolsonaro pelo tom com o qual se referiu ao seu pai. "O mandatário da República deixa patente seu desconhecimento sobre a diferença entre público e privado, demostrando mais uma vez traços de caráter graves em um governante: a crueldade e a falta de empatia. É de se estranhar tal comportamento em um homem que se diz cristão. Lamentavelmente, temos um presidente que trata a perda de um pai como se fosse assunto corriqueiro – e debocha do assassinato de um jovem aos 26 anos. Meu pai era da juventude católica de Pernambuco, funcionário público, casado, aluno de Direito", escreveu.

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