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    Senado avalia e vota indicação de Galípolo ao comando do Banco Central nesta terça-feira

    Economista é analisado para substituir Campos Neto em 2025. Feita pelo presidente Lula, a indicação foi bem recebida pelo mercado financeiro

    Gabriel Galípolo (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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    247 - A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado se prepara para sabatinar, nesta terça-feira (8), o economista Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a presidência do Banco Central (BC) em 2025. A sessão, marcada para às 10h, antecede a votação do nome de Galípolo no plenário da Casa, que deve acontecer ainda no mesmo dia, destaca o g1.

    Galípolo, que atualmente ocupa a posição de diretor de Política Monetária do BC, foi indicado em agosto e conta com o apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). Nesta segunda-feira (7), Wagner apresentou um parecer favorável, destacando a qualificação técnica e a independência do economista para assumir o cargo. “O currículo de Galípolo demonstra alta qualificação profissional e experiência em cargos públicos, além de sólida formação acadêmica”, afirmou o senador em seu relatório.

    Caso aprovado, Galípolo sucederá Roberto Campos Neto, indicado para o cargo por Jair Bolsonaro (PL), cuja gestão foi alvo de críticas de Lula, que o acusou de ser um “adversário” por conta da desvalorização do real frente ao dólar e pelam manutenção da taxa de juros em um dos patamares mais altos do mundo. A autonomia do BC, garantida por lei, permite que o presidente do órgão e seus diretores cumpram mandatos independentes do governo federal, focando na estabilidade do sistema financeiro e no controle da inflação.

    A sabatina servirá para que os senadores avaliem não apenas a capacidade técnica de Galípolo, mas também sua disposição em atuar de forma independente, sem pressões do Palácio do Planalto. Entre as principais questões que devem ser levantadas estão as estratégias para controlar a inflação e ajustar a taxa Selic, atualmente em 10,75% ao ano.

    A elevação da taxa básica de juros, usada como referência para a concessão de crédito por bancos e instituições financeiras, tem o efeito de reduzir investimentos e o consumo das famílias, enfraquecendo a atividade econômica do país. Por outro lado, uma redução da Selic pode aquecer a economia, mas representa o risco de descontrole inflacionário, especialmente em um cenário de inflação que se aproxima do teto da meta do BC, de 4,5%.

    A indicação de Galípolo foi recebida positivamente pelo mercado financeiro, que enxerga o economista como um nome capacitado e com experiência suficiente para o cargo. No entanto, agentes econômicos destacam que será necessário que ele demonstre independência em suas decisões para garantir a confiança do mercado. Além disso, Galípolo precisará lidar com o dilema de equilibrar o combate à inflação com o crescimento econômico, mantendo a estabilidade do dólar e do emprego.

    Perfil e trajetória - Com uma carreira marcada por passagens estratégicas no setor público, Gabriel Galípolo atuou na campanha presidencial de Lula e integrou a equipe de transição do governo. Em 2022, exerceu o cargo de secretário-executivo do Ministério da Fazenda, posição imediatamente abaixo da ocupada por Fernando Haddad. Em julho deste ano, chegou a assumir temporariamente a presidência do BC, durante as férias de Roberto Campos Neto.

    Galípolo é mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), onde também leciona. Além disso, é professor do MBA de PPPs e Concessões da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, em parceria com a London School of Economics and Political Science. Ao longo de sua carreira, ocupou cargos de relevância no governo de São Paulo, como chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos e diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento.

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