Senadores ameaçam protocolar impeachment contra Aras se ele não encaminhar denúncias da CPI
Randolfe Rodrigues, vice-presidente da comissão, afirmou que, se a PGR não encaminhar uma decisão até o carnaval, vai protocolar um pedido de impeachment
247 - O procurador-geral da República, Augusto Aras, está ameaçado de impeachment por senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, segundo o Estado de S.Paulo. Os parlamentares denunciam Aras por não encaminhar uma decisão sobre o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e de outras autoridades denunciadas pela CPI.
A comissão, que ocorreu no ano passado, acusa Bolsonaro de ter cometido crimes de atos e omissões na pandemia de Covid-19. As denúncias foram encaminhadas à PGR, a quem cabe denunciar ou não Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) em caso de crimes comuns.
Representantes de Aras já se reuniram com senadores para obter detalhamento maior das acusações relacionadas a cada autoridade indiciada, segundo parlamentares, que esperam até o carnaval para protocolar um pedido de impeachment contra o PGR.
O senador Renan Calheiros (MDB), que foi relator da CPI, já criticou Aras por não encaminhar as denúncias. Randolfe Rodrigues (Rede), que foi vice-presidente da comissão, afirmou que, se a PGR não encaminhar uma decisão até o carnaval, vai protocolar um pedido de impeachment contra o procurador-geral no Senado. Ele informou que 10 senadores estariam dispostos a apoiar o requerimento.
"Não só está cogitado, mas é uma possibilidade que está no radar do observatório da pandemia, que é o herdeiro da CPI da Pandemia", disse Randolfe. "Vou acreditar na boa vontade da PGR, mas tem algo que pressiona a nossa paciência, que são mais de 600 mil mortos. A memória deles paira como fantasma sobre cada um de nós", destacou.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), a quem cabe abrir a discussão do impeachment, evitou se comprometer. "Evidentemente que o Senado pode sim acompanhar a tramitação desta investigação, inclusive, para ter ciência dos seus desdobramentos, sem pretender fazer qualquer tipo de pressão porque, obviamente, nós respeitamos a autonomia, a independência das instituições", disse Pacheco. "Ninguém quer um desfecho que seja indevido, apenas se quer um desfecho e uma solução", afirmou.
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