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    Veja quem é Gustavo Gayer, que pode ter o mandato cassado

    O deputado provocou acidente que deixou dois mortos e uma pessoa paraplégica e teve problemas com a Justiça por não apresentar certidão criminal negativa

    Gustavo Gayer (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
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    247 - O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) Gustavo Gayer, que pode ter o mandato cassado por ofensas contra três lideranças do Congresso, teve problemas com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2020 por não apresentar certidão criminal negativa. Antes daquela eleição, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou o  bolsonarista em setembro de 2015 por provocar um acidente de trânsito, alcoolizado. Ele perdeu a disputa municipal. Em 2000, ele também se envolveu em um acidente que teve como consequência a morte de duas pessoas. Uma terceira ficou paraplégica. Ele perdeu a corrida à Prefeitura da capital goiana.

    O bolsonarista pode ter o mandato cassado pela forma como resolveu criticar o governo federal. Gayer mencionou três lideranças - Davi Alcolumbre (presidente do Senado), a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), e o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) - veja as declarações do congressista do PL ao final da matéria.

    O Tribunal Regional do Trabalho de Goiás (TRT-GO) condenou o parlamentar em 2023 ao ao pagamento de R$ 80 mil, por dano moral coletivo. O deputado foi acusado de assédio moral eleitoral, durante as eleições de 2022. O TRT condenou o parlamentar além de proibi-lo a liderar ou promover reuniões dentro de empresas e organizações com o objetivo de aliciar, persuadir, convencer, induzir ou instigar o voto de trabalhadores para qualquer candidato.

    A primeira denúncia foi realizada no dia 13 de outubro de 2022, após o primeiro turno das eleições. O Ministério Público do Trabalho (MPT-GO) disse que o réu esteve em pelo menos três estabelecimentos comerciais, aliciando os trabalhadores para votar em determinado candidato no segundo turno das eleições presidenciais.

    De acordo com o MPT-GO, mesmo após a denúncia, o deputado esteve em mais um estabelecimento comercial e repetiu a mesma conduta ilegal alvo da investigação. Para a procuradora Janilda Guimarães de Lima, autora da ação, “o referido deputado eleito prefere formular desculpas inverídicas porque sabidamente reconhece a ilegalidade de sua conduta, mas não pretende modificá-la”.

    Em 2024, o Supremo Tribunal Federal (STF) intimou o deputado a prestar esclarecimentos por ter sido processado após acusações de racismo contra o então ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e injúria ao presidente Lula (PT). Durante uma entrevista a um podcast em junho de 2023, o apresentador do programa, Rodrigo Arantes, comparou o QI da população da África ao de macacos.O deputado concordou com a fala do apresentador.

    “O Brasil está emburrecido. Aí você pega e dá um título de eleitor para um monte de gente emburrecida. Aí você vai ver na África: quase todos os países são ditaduras. Quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África. Por quê? Para você ter democracia, é preciso ter o mínimo de capacidade cognitiva para entender o bom e o ruim, o certo e o errado. Tentaram fazer democracia na África várias vezes. O que acontece? Um ditador toma tudo e o povo. O Brasil está desse jeito. O Lula chegou à presidência e o povo burro: "êeee, picanha, cerveja!".

    O parlamentar bolsonarista é empresário, político, youtuber e influenciador digital brasileiro. O deputado foi eleito, em 2022, como segundo deputado federal mais votado em Goiás. É herdeiro político da família no estado. A mãe dele, Maria da Conceição Gayer, foi vereadora, deputada estadual, secretária-geral do MDB de Goiás e fundadora do diretório local do extinto PDC. O bisavô Plínio Gayer foi deputado federal.

    O bolsonarista também é professor. É dono de uma escola de inglês, Gayer e Gayer idiomas, fundada em julho de 2013, em Goiânia. Um dos principais ataques do parlamentar é direcionado a professores, que, segundo ele, usam o ambiente escolar para “doutrinar” os alunos.

    Outro lado

    Confira agora o texto postado por Gayer nesta quarta-feira (13) pela rede social X em que ele comenta suas próprias declarações: 

    No dia ontem (12/03/2025), no Plenário da Câmara dos Deputados, fui o único parlamentar de direita que saiu em defesa da Ministra Gleisi Hoffmann, covardemente menosprezada e achincalhada pelo Presidente da República que, utilizando-se de uma fala extremamente machista e misógina, se referiu à Ministra como uma espécie de moeda de troca para, em razão de sua “beleza”, facilitar as articulações políticas do Governo com o Congresso Nacional. 

    Pelas redes sociais, apenas questionei o Deputado Lindbergh Farias se ele iria aceitar as falas repugnantes do Presidente da República em relação à sua companheira Gleisi Hoffmann, denunciando a gravidade do ocorrido. 

    Ressalto que minha intenção era apenas denunciar e escancarar a hipocrisia da esquerda quando se trata da defesa das mulheres, e jamais quis ofender ou depreciar o presidente do Senado Davi Alcolumbre. Caso o presidente Alcolumbre tenha se sentido ofendido, quero deixar bem claro que minhas críticas não se referiam a ele, mas sim ao Chefe do Poder Executivo em razão de sua atitude desrespeitosa para com uma de suas Ministras. 

    O fato é que nenhum dos integrantes da esquerda, sejam eles parlamentares ou ministros, se posicionou contra a fala infeliz do Presidente da República, cuidando apenas de desviar o foco para abafar referido desrespeito contra as mulheres.  

    Tenho plena consciência de que não pratiquei nenhum crime ou ato ilícito em desfavor de qualquer pessoa, tendo exercido tão somente o direito à liberdade de expressão, guiado pelo senso de Justiça.

     

     

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